O ano letivo inicia a todo vapor! Crianças, jovens, adultos e idosos seguindo o caminho na busca do conhecimento! Ninguém leu errado! É isso mesmo que vocês leram: idosos! Há algo novo acima do Sol.
Os dados quantitativos nas pesquisas comprovam o crescimento da população idosa no Brasil de forma rápida e significativa. Nesse contexto, estamos diante de um novo envelhecer e da necessidade de ações nos campos social e econômico para que essa faixa etária tenha melhores condições de vida e de espaço social.
São muitas as perguntas que temos diante da longevidade. Quem é o novo velho? Quais os seus desejos? Quais os espaços estão ocupando? Como se comunicam com as gerações tecnológicas? Como enxergam o seu próprio envelhecimento?
Enquanto professora de um projeto para a terceira idade na cidade, percebo o idoso derrubando barreiras, mitos, preconceitos e interagindo de maneira absoluta na construção de uma nova forma de envelhecer, rompendo com entendimento da velhice como um estigma e passando a ser um sujeito existente dos seus desejos. Nessa perspectiva, é necessário o idoso saber o que quer, o que pensa e o que sente para ser livre e atuar segundo sua própria vontade.
Com um olhar diferente sobre o envelhecimento, ressalto a educação permanente como uma alavanca para o idoso desenvolver e manter a capacidade de reflexão, decisão, autonomia, garantindo o exercício de uma cidadania ativa. Como dizia o grande educador e sociólogo Paulo Freire: “O homem existe no tempo. Está dentro. Está fora. Herda. Incorpora. Modifica. Temporaliza-se”. Com essa educação libertadora defendida por Freire para o homem – sujeito que o levará a uma reflexão sobre si mesmo e agente da sua própria recuperação.
Presenciar os idosos se matriculando em diversas instituições de ensino na busca do saber é sentir que estamos na construção de uma nova consciência de nós mesmos. Isso é, sim, algo novo acima do Sol!
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