É muito pouco saudável acreditar que o mundo em que vivemos se pacificará sem que seus habitantes, nós, nos purifiquemos interior e individualmente. Só existe violência onde vivam pessoas igualmente violentas. Porque é uma clara questão de causa e efeito ou de semelhança, em qualquer nível. “Não Matarás”. Esse é um dos Dez Mandamentos.
Mas em análise ao pé da letra nos arrojamos a dizer que jamais mataríamos alguém. Mas em leitura reflexiva, buscando o espírito da letra, podemos matar os sonhos de alguém com nosso orgulho, aniquilamos a alegria de uma criança, quando gritamos e matamos o amor do próximo com nosso desdém.
Paz na Terra e boa vontade para com os homens, ensina o Mestre de Nazaré. A paz tão desejada, quase como sonho, frutifica a partir do que semeamos nos modestos e constantes minutos de convivência com o nosso próximo.
Desenvolver a paciência no cotidiano aplaca nosso orgulho, suavizando a arrogância tão comum entre a humanidade, fazendo com que as relações pessoais dos diversos setores em que possamos estar, tornem-se menos turbulentas, não por passe de mágica, mas pelo nosso esforço individual.
A lei universal, portanto a lei de Deus, é de progresso nos mais amplos aspectos da vida eterna do ser. Se nas décadas recentes, a civilização deu largos e firmes passos no progresso científico e social, o mesmo não se pode dizer sobre o aspecto íntimo.
Para dilatar a visão e firmar os passos humanos do progresso para a evolução, necessário e urgente é que nos atentemos para os ensinos de Jesus.
Disse-nos o Cristo; “a minha paz voz deixo, a minha paz vos dou; não vô-la dou, como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize”. Como não sentir medo se o mundo está mergulhado em guerras e agressões? A guerra é sempre fruto amargo dos corações violentos e contenda estéril resulta da imposição. Não matarás, afirma o Mandamento.
Como antídoto ao mal circundante, cultivemos a união fraternal, esse sonho antigo de muitos pensadores que, antes de tudo, é desejo natural da alma humana, que não se realizará sem que nos respeitemos indistintamente uns aos outros, sem que nos toleremos dedicadamente, sem que haja o cultivo da harmonia, em nosso ambiente de convivência.
Quando Jesus adentrava a uma residência Ele exclamava em voz baixa: “Paz nesta casa”. E nós somente alcançaremos semelhante emoção, nos esforçando para o exercício de anular a nossa violência íntima. Paz na Terra e boa vontade para com os homens.
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