Só não vê quem não quer. Como dizem os historiadores, a história se repete. A pouca interpretada frase “aprendemos mais com o erro dos outros do que com nossos próprios erros”, cada vez mais, se mantém ausente na história da humanidade. Humanidade que erra e insiste no erro. Não valeu nada a frase de Cooper, ao afirmar que “de onde menos se espera, nada acontece!”
E por que escrevo tudo isso? Olhem o panorama visto da ponte, e, quando digo ponte, do alto da insensatez humana.
O livro de Adolf Hitler, “Mein Kampf”, “Minha Luta”, em português castiço dos Lusíadas de Camões, choquem-se, está sendo trazido à tona da cultura permissiva e lucrativa de muitas editoras e levando muitas pessoas, especialmente aquelas revoltadas com o “modus vivendi” atual, a ver no saudoso – saudoso para os insensatos – bigodudo artista frustrado uma salvação para a humanidade.
E não é que, em plena terra de Roosevelt, que, ao lado de De Gaulle e Churchill – ajudados por Stalin? -, nos salvou de sermos apoderados pela fera nazista, do ariano pintor frustrado, louco varrido e matador de milhões de judeus na Polônia, nos aparece a figura grotesca, estranha e muito parecida com o Führer, condutor que conduziu o povo alemão à tragédia da Segunda Grande Guerra. E agora, José?, como diria Drummond, eu perguntaria: E agora, Trump?
Vocês não sentem, mais do que veem, uma semelhança existencial entre Hitler e Trump? O jeitão espalhafatoso, agressivo, a ponto de o Papa Francisco rotulá-lo de anticristo, se impondo entre os eleitores da própria nação que teve a honra de ter um Franklin Delano Roosevelt entre seus grandes presidentes? Mas a marcante e corajosa democracia americana, filha da coragem de “Abe” Lincoln, reage, até dentro do próprio GOP republicano, onde a luta se caracteriza entre aqueles que aprovam e desaprovam o riquíssimo empresário que agora quer ser presidente, e tomara que não!
O contraste existencial entre Hitler e Trump nada impede que se igualem em suas loucuras! Se Hitler quis se impor pelo arianismo de uma suposta raça superior, a ponto de querer impô-la ao mundo, Trump, movido – ao contrário do Führer – por sua imensa fortuna de supercapitalista, parece seguir o caminho oposto do magnífico magnata Henry Ford, que vendeu os primeiros 500 carros que fabricou aos próprios empregados de sua fábrica, a preços que pôs no mercado, mostrando que era um socialista dentro do capitalismo.
Vamos esperar, afinal, quem decidirá serão os próprios eleitores que já elegeram “Abe” Lincoln e John F. Kennedy e cujas almas parecem apoiar, lá de cima, a voluntariosa Hillary Clinton a substituir o excelente Barack Obama na condução da pátria líder da democracia!