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Quem seriam os doadores?

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Legal a vaquinha eletrônica do PT pode até ser, e deve ser mesmo, pois até ministro do STF admite que é, mas é absolutamente imoral. A multa que está sendo paga através de doações foi aplicada como punição aos réus, e, portanto, deveria ser paga por ele. Quem faz doação cumpre uma parte da punição, e isto a lei não permite. Ninguém pode cumprir a pena imposta a outro. Bom, mas isto é o que diz a lei e, no Brasil, isto não quer dizer nada.

Por aqui, antes mesmo de se fazer uma lei, pensa-se em como burlá-la. Daí é que surgem as chamadas brechas da lei, por onde tantos, especialmente aqueles que podem pagar bons advogados, escapam da punição. Mas a questão da vaquinha petista não se exaure nos aspectos legais. Há aspectos intrigantes. O maior deles, a princípio, são os valores atribuídos às pessoas do partido. Se considerarmos os valores arrecadados, veremos que, para os petistas, Delúbio Soares, tesoureiro do partido e das maracutaias, vale mais do que José Genoino, um homem com um passado de luta respeitável.

Na história do país, Genoino tem mais importância do que Delúbio – alguém duvida disto? – mas nas contas bancárias, não. Delúbio tem mais amigos, talvez até por saber muito. Se o saber muito pesa mesmo, Marcos Valério deveria abrir contas para receber doações petistas para pagar sua multa. Sabe tanto quanto Delúbio e, se abrir a boca, ajuda a derrubar a República. Mas eles, os petistas, desconhecem, assim como o Brasil desconhece quem fez as doações para Genoino e Delúbio.

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Dizem que até o ex-ministro Nelson Jobim, tão criticado por ser amigo de Fernando Henrique, participou da vaquinha do Genoino. Todas as doações são protegidas por sigilo legal, embora tenham que ser declaradas no Imposto de Renda. Mas o sigilo não deveria prevalecer. Afinal, todos estão ajudando condenados a pagar suas penas. E o Brasil deveria saber quem está pagando pena pelo mensalão. Seria o correto.

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