Historicamente, a humanidade vive inúmeras guerras: políticas, ideológicas, religiosas, limitadas a um grupo ou nação ou de grandes proporções. Sem falarmos na guerra da fome, das inundações, da corrupção… O momento nos pede reflexões.
Por vezes, encontramo-nos, fisicamente, distantes da guerra, mas não emocionalmente. Todo conflito gera perturbação, que alcança sentimentos e gera atitudes. Nesse sentido, Emmanuel, na psicografia do médium Francisco Cândido Xavier, traz esclarecedora mensagem, alertando-nos de que “a dor do vizinho é uma advertência para a nossa casa. O erro de um irmão, examinado nos fundamentos, é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita, gerando causas perigosas, e, por isso, tragédias e falhas dos outros afetam-nos por dentro”.
Assim, achamo-nos conectados e, se ainda não compreendemos as lutas e as aflições dos que nos cercam, provavelmente estejamos isolados no egoísmo. Na emoção, e essa reflexão nos importa, a paz ou a guerra iniciam-se. A partir das imperfeições do ser humano, em que o orgulho, o egoísmo, a ambição criam raízes profundas nos sentimentos, materializa-se o conflito.
Kardec, na questão 742, de O Livro dos Espíritos, pergunta “qual a causa que leva o homem à guerra?”. Os espíritos respondem: “Predominância da natureza animal sobre a espiritual e satisfação das paixões. No estado de barbárie os povos só conhecem o direito do mais forte, e é por isso que a guerra, para eles, é um estado normal”. A resposta ainda demonstra a necessidade do progresso moral da humanidade, para a conquista da paz: “À medida que o homem progride ela se torna menos frequente, porque ele (o homem) evita as suas causas (…)”.
Os espíritos também esclarecem que a guerra desaparecerá da face da Terra “quando os homens compreenderem a justiça e praticarem a lei de Deus. Então, todos os povos serão irmãos”. Jesus, o Caminho, a Verdade e a Vida, trouxe o remédio para todos os males: amar ao próximo como a si mesmo, que é o princípio da caridade e a vitória sobre o orgulho e o egoísmo.
Alimentando a guerra com os nossos semelhantes, perdemo-nos em trevas. Estacionando nas críticas e nos julgamentos, esquecemos da corrigenda em nós mesmos. Não adianta vencer sem nos melhorar. Assim, a paz que desejamos deve ser construção íntima, por meio da busca da vivência dos ensinamentos cristãos, para que alcance, pelas atitudes, gradativamente, o coletivo. Lembremos o bom combate que nos cabe manter em nós, a fim de que a paz se faça, e o Reino de Deus possa se manifestar em nossas vidas. Por isso, o Mestre Jesus orientou: “Embainha tua espada…”.