A “Associação Commercial” comemora 120 anos em defesa da livre iniciativa em 12 de julho, sendo a primeira e maior representante das classes produtoras de Juiz de Fora: comércio, indústria, agropecuária e prestação de serviços.
Recebeu a denominação de “Commercial” porque, na época em que foi fundada, todas as atividades lucrativas eram consideradas “commercio”. Suas primeiras diretorias eram lideradas por homens que exerciam atividades em diversos segmentos, por exemplo: Daniel Pinto Correia, seu primeiro presidente, era do ramo do mobiliário; os diretores Eugênio Fontainha, fazendeiro, e Renato Álvaro Cordeiro Dias, proprietário de refinaria de açúcar.
Sua sede antiga, tombada pelo Patrimônio Histórico, na Praça da Estação, tem a decoração voltada para simbologias de deuses gregos (correspondentes romanos), representando as atividades econômicas da época relacionadas à entidade: Mercúrio (Hermes), deus do comércio, com seu chapéu alado; Minerva (Atena), com a roda dentada, deusa da indústria; Ceres (Deméter), deusa da terra e dos campos, com instrumentos (enxada e foice). O setor de “serviços” ainda não existia como tal. O prédio foi construído pela Pantaleone Arcuri & Spinelli e decorado com pinturas de Ângelo Biggi, o mesmo que pintou o Cine-Theatro Central dez anos depois.
Nesses 120 anos, a associação liderou centenas de movimentos relevantes, como a criação do Corpo de Bombeiros na cidade; o jornal diário “Gazeta Comercial”; o Partido Economista, nas eleições para a Assembleia Constituinte de 1934; e a criação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (hoje Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Geração de Emprego e Renda).
Em janeiro de 1985, fui eleito para presidi-la por dois anos, e ficamos mais quase 20 anos nas diretorias subsequentes. Nessa época, um grupo de pequenos e médios empresários da cidade assumiu a casa com muita devoção, fortalecendo sobremaneira a entidade. Entre inúmeras ações de sucesso, determinadas por esse grupo, destacamos a construção do anexo, a restauração da sede antiga, a criação da “Comenda Daniel Pinto Correia” (a única comenda ritualisticamente verdadeira da cidade) e a belíssima comemoração de Centenário. Participaram desse grupo, entre outros, Luiz Antonio Stephan (redator desse texto), Amauri Dalamura, Augusto Cesar da Silva, Olindário Gonçalves Pires, Nilton Ramos da Silva, José Newton Fagundes, Ricardo de Andrade Guerra, Ivo Jaques de Melo, Edison de Oliveira Miranda, Rolf Peri Curt Benda, Romeu Gerken Delmonte, Wandir Domingues da Silva, Juarez Coutinho, Newton Dantas; Suhad Ibrahim Hallack (primeira mulher na diretoria da entidade), José Roberto de Oliveira, José Antônio de Assis, Célio Faria de Paula, Antônio Jorge Marques, Odonne Villar Turolla, José do Amaral Costa Filho, Aluísio de Oliveira, Maria do Rosário Novelino Benda, Rodrigo Novelino Benda (desculpem-me por possíveis omissões). Todos participamos gratuitamente, sem outros interesses, senão servir a associação, os seus associados e a cidade de Juiz de Fora.
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