Moisés, no capítulo XVIII do Deuteronômio, proíbe a consulta aos espíritos, pois à época, os consulentes o faziam por motivos fúteis, carecendo de maiores intenções de real progresso íntimo. Um milênio transcorre e vem Jesus, no Tabor, trazer de volta a comunicação de encarnados e desencarnados, aparecendo ao lado dos espíritos de Moisés e Elias perante seus discípulos: Pedro, Tiago e João.
A comunicação entre espíritos e o homem encarnado se dá há milênios, documentada em relatos históricos inúmeros. Episódios bíblicos se sucedem e, citando apenas um, referimo-nos ao Pentecostes, quando os apóstolos, 50 dias após a ressurreição de Jesus, falam em línguas diversas, diante uma multidão de pessoas em Jerusalém, vindas das mais distantes regiões do mundo conhecido da época.
Patente e sobejamente descritas as inúmeras comunicações entre vivos e mortos, perguntamos: até quando cerraremos nossos olhos e ouvidos e bloquearemos nosso raciocínio ante as verdades pungentes de Deus? Quanto tempo ainda será necessário para que nos despertemos para conhecimento da existência dos espíritos, da comunicabilidade entre encarnados e desencarnados, da influência dos espíritos em nossas vidas, da reencarnação, da pluralidade dos mundos habitados? Até quando viveremos de forma egoísta, praticando o mal junto aos nossos irmãos de caminhada? Quando afinal despertaremos para o real entendimento da razão de nossa existência? Por quanto tempo seguiremos distraídos nas estradas da vida, menosprezando nossos deveres ante os compromissos abraçados antes do berço?
Todos os dias recebemos o convite de Deus para comungarmos com Ele Sua imensa obra. O dia sempre nos descortina, com sol ou chuva, a contemplação da grandeza do Criador. Num sorriso de uma criança ou no findar de uma existência, vamos identificando Nosso Pai, convidando-nos ao entendimento da transitoriedade da vida, da razão de nossa existência e o amparo do mundo espiritual.
Por quanto tempo ainda necessitaremos dos aguilhões dolorosos, forçando-nos ao despertamento, empurrando-nos ao progresso inexorável?
Maravilhosa nossa existência, quando permite os céus, em leis divinas, a obtenção do auxílio de nossos espíritos protetores, através dos canais da intuição, a orientação segura nas decisões difíceis, o alento nas horas aflitivas, a coragem nos momentos tormentosos e a esperança nos dias cinzentos de dores acerbas.
Jesus, nosso irmão maior, filho de nosso Deus Pai, é o nosso melhor amigo, melhor médico e melhor advogado nessa nossa trajetória de progresso espiritual. Nos abracemos a Ele através da oração, precedida da vigilância de nossas atitudes, no esforço diário da prática do bem e sigamos em frente, sem temor quanto ao futuro, confiantes de que nossa existência obedece às leis de causa e efeito e que Deus, bom e misericordioso, guarda-nos os passos na senda evolutiva.
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