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Se é abusivo, não é amor

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Histórias de amor sempre ganham destaque por serem exemplos de cumplicidade, partilha, respeito e companheirismo. Essas características precisam ser constantes na vida a dois e não presentes apenas em alguns momentos. Relações das quais esses elementos não fazem parte precisam ganhar destaque também, afinal, só quem já viveu ou vive um relacionamento abusivo sabe o quanto é difícil identificá-lo e entender que nada do que acontece ali é sinônimo de amor.

Quando duas pessoas decidem encarar um relacionamento, precisam ter consciência de que junto dele virão bagagens compostas de muitas vivências, tais como: referência familiar, experiências amorosas, estilo de apego, características de personalidade e de relacionamento, como, por exemplo, dificuldades de comunicação e de resolução de conflitos.

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À medida que o casal vai se conhecendo, os traços tóxicos começam a ganhar seus contornos. Qualquer atitude que venha anular o outro, deixando-o vulnerável, isolado e invalidado pode, sim, indicar que abusos emocional, psicológico, físico, sexual, econômico e até digital estão acontecendo neste relacionamento.

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Esses abusos são, em sua maioria, praticados pelos homens. Os dados e as pesquisas sobre o tema não mentem e revelam que a prática desse tipo de violência não é fruto da natureza humana em si, mas do nosso processo de socialização. Esses comportamentos são induzidos pelos papéis impostos às mulheres e aos homens, construídos e reforçados ao longo da história pelo patriarcado.

Ao analisarmos a reação das vítimas – na sua maioria, mulheres – e os motivos alegados por elas para permanecerem nesse tipo de relação, percebemos que os sentimentos que deveriam ser claros estão ainda mais confusos. Nota-se uma ambivalência, pois essa mulher não vive com o agressor somente os momentos de violência. Nessa relação, costuma haver aspectos positivos, que validam essa percepção.

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Muitas vítimas acreditam ter culpa pelos abusos sofridos, enquanto outras esperam que a mudança parta do seu parceiro. É comum, também, haver resistência em denunciar seus parceiros por medo. Por outro lado, algo ainda mais grave acontece: a maioria dos agressores não entende o seu comportamento como problemático e raramente buscam ajuda voluntariamente.

Por isso, mulher, ao se ver neste lugar, lembre-se que você não está sozinha. Por mais que estejamos em um sistema desfavorável para a mulher, é preciso ter coragem. Os conflitos existem, mas não devem incluir violência e desrespeito. Relações amorosas saudáveis são marcadas por diálogo, cumplicidade, admiração, carinho, cuidado e, principalmente, respeito.

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No início de um relacionamento, é extremamente importante que você continue vivendo sua vida e suas individualidades. Faça as atividades que sempre fez, respeitando sua rotina. Tenha momentos a sós e com familiares e amigos. O outro vem para somar e não para substituir momentos que você passava com outras pessoas.

Amor é uma ação. Amor é uma escolha. Amor é ação contínua. É um ato de responsabilidade e comprometimento. Espero que possamos apreciar as boas relações, desfrutar de relacionamentos leves e maduros nos quais não precisamos “pisar em ovos” ao dialogarmos para sermos nós mesmas.

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