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Reflexões: 2021

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Dois mil e vinte, o ano que não acabou. É assim que muitas vezes pensamos no ano em que o mundo conheceu a pandemia do coronavírus. Daria até um bom título para um livro sobre o assunto. E assim, da mesma forma, pensamos em 2021. Uma continuação do ano anterior, como se ainda estivéssemos presos em 2020, com os fatos de ambos os anos se confundindo, misturando-se em nossas memórias, em nossa percepção. De fato, não conseguimos nos lembrar com clareza do que aconteceu em 2020 e do que aconteceu em 2021, seja em nossas vidas particulares ou no Brasil e mundo, embora o que vem acontecendo no mundo nesses dois anos se entrelace com cada vez mais impacto em nossas próprias vidas pessoais, invalidando essa separação.

Contudo, ainda que realmente tenhamos motivos para enxergar 2021 como uma mera repetição de 2020, podemos enxergar a coisa por outro prisma. Dois mil e vinte terminou com um ar de esperança por dias melhores, principalmente com a expectativa pela vacina. De certa forma, 2021 parece terminar com o mesmo desejo e esperança de que o próximo ano será melhor, no entanto 2021 de fato experimentou a vacinação em massa em grande parte da população brasileira, e estamos acompanhando a queda expressiva no número de casos e óbitos relacionados à pandemia. Se, num primeiro momento, 2021 parece uma simples cópia de 2020, de fato, esse ano que termina ficou marcado pela chegada da vacina, pela redução das mortes associadas à Covid-19 e pela retomada gradual de nossas vidas rumo à normalidade.
Assim, deixo aqui um convite à reflexão para que enxerguemos o que de bom aconteceu em 2021. Sabemos que a pandemia ainda não acabou, não podemos baixar a guarda, porém temos hoje mais motivos para ser otimistas do que tínhamos há um ano. A vacinação se tornou uma realidade, a imunização aos poucos foi nos devolvendo a confiança e segurança para reencontrar nossos amigos, passear por aí, retomar nossos sonhos, atividades, projetos. Muitos de nós conquistamos muita coisa em 2021. Teve gente que abriu seu negócio, gente que se casou, gente que se mudou para uma nova casa, gente que teve o primeiro filho, gente que passou no vestibular, gente que se formou, gente que voltou a trabalhar, que voltou a ter um emprego, gente que conseguiu o primeiro emprego, gente que publicou seu primeiro livro, que gravou seu primeiro disco, que pintou seu primeiro quadro, gente que aprendeu a tocar um instrumento musical, a falar uma nova língua, que aprendeu uma nova profissão. Teve gente que celebrou a vida, gente que venceu a Covid, que teve uma segunda chance.

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Infelizmente, alguns se foram, alguns perderam pessoas queridas, enfrentaram a dor, conviveram com o sofrimento. Para muitos, fica agora a saudade. Para esses, os sinceros sentimentos, que consigam se reerguer, que tenham o devido apoio dos amigos e da família e que sejam fortes para continuar até que passe a tempestade. Nessas horas, os verdadeiros amigos são valiosos, essenciais para ajudar a prosseguir, vislumbrando dias melhores.

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Enfim, cada um tem sua história, tem suas memórias, suas conquistas, tem o que lembrar de positivo nesse 2021 que se encerra. Naturalmente, ainda temos desafios, temos que continuar combatendo o vírus, prosseguir com a vacinação, não afrouxar nas medidas de segurança e na responsabilidade, reerguer a economia. Precisamos de políticas públicas efetivas, apoiadas na ciência, na ética, na responsabilidade social. Precisamos rejeitar veementemente o negacionismo, as fake news, a ignorância. Cada um de nós tem a chance em contribuir com isso. Esperamos que em 2022 possamos finalmente continuar de onde paramos, lá em março de 2020. Nossos corações, mais do que nunca, se enchem de otimismo e esperança.

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