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Advento: esperança ativa

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A realidade mundial e a de nosso país nos questionam se realmente é possível vislumbrar tempos melhores e nos colocam uma interrogação sobre a esperança. O mundo, marcado pelas injustiças, pelos conflitos sociais e pela desigualdade cada vez maior, nos faz refletir sobre as prioridades e os valores que têm regido as relações humanas. A mãe Terra clama por justiça, chora cada pedaço que lhe é arrancado violentamente por homens cegos pela ganância e lamenta as perdas irreparáveis.

Haveria alguma solução? A maior ameaça da humanidade é a ambição que produz pobreza, provoca a fome e destrói a natureza. Deveriam ser os cristãos a maior resistência à injustiça presente na estrutura política, econômica e social do mundo.

O tempo do Advento é aquele propício a nos recobrar a esperança!

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De fato, os dias que antecedem o Natal representam o período litúrgico de preparação para vivermos a alegria da vinda do Salvador. Entretanto estamos apenas enfeitando nossas casas ou faremos do nosso coração uma manjedoura para acolhermos o Menino Deus?

O Advento é tempo de professar a fé, de forma autêntica e verdadeira, pois, quando surge do coração de alguém a proclamação de que Jesus é o Salvador, não lhe cabe qualquer outra atitude que deprecie um irmão, que agrida a natureza ou que possa ferir o coração de Deus. Em seu diálogo com Pilatos, ao ser chamado de rei, Jesus questiona: “Estás dizendo isto por ti mesmo ou outros te disseram isto de mim?” (Jo 18,33b-34). Por essa razão, não podemos mais dizer pelos outros que somos cristãos. Somos convidados a testemunhar por nós mesmos, por nossas escolhas, nossas atitudes, nosso amor e nosso seguimento aos mandamentos de Cristo. Aí reside nossa esperança!

Fitar o sinal da estrela no céu e refazer o percurso dos Reis Magos, indo adorar o Messias, é hoje caminhar junto ao povo de Deus, principalmente, o que mais necessita e o que mais espera. É um caminho de conversão que busca a dignidade daqueles que, como Cristo, habitam as periferias, andam com os pés descalços, sofrem a injustiça, são incompreendidos.

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O Papa Francisco afirma que o Advento é um tempo de aguardar a “visita do Senhor à humanidade” e indica que “a graça que nós queremos é de poder caminhar e andar ao encontro do Senhor”, ou seja, “um tempo para não se estar parado”. Uma esperança que não é uma mera espera! A nossa certeza é de que Ele virá, como veio, na voz dos marginalizados, dos encarcerados, dos doentes, dos excluídos. Nesse sentido, Ele já se faz presente no meio de nós e só nos cabe deixá-lo fazer morada em nossa vida. É impossível viver o Advento, se dizer cristão ou ter esperança na humanidade se não enxergamos e acolhemos a dor do outro.

O verdadeiro Natal em nós só acontecerá quando abrirmos nosso coração para sofrermos com o outro o preconceito, a segregação, a violência, o desemprego, a fome, a falta de fé, a destruição da natureza.

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Que este Advento seja um momento de voltarmos a ser uma Igreja que caminha com seu povo, de unirmos nossa voz às vozes que clamam por paz, justiça e amor. Que seja um tempo rico de conversão e de uma caridade consciente, não de doações vazias, de gestos concretos, não apenas festejos. E assim possamos olhar nos olhos do bebê Jesus e dizer sinceramente: eis que te ofereço o melhor de mim!

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