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A inveja não mata, mas poderia

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Segundo o dicionário, o vocábulo “inveja” significa sentimento de cobiça à vista da felicidade, da superioridade de outrem, sensação ou vontade indomável de possuir o que pertence a outra pessoa. No trabalho, na escola, no clube, na balada, nas redes sociais, na igreja, na academia, no futebol, nas férias, na política, no carnaval, na mesa do bar e até na família encontramos sempre um invejoso. Por que sentimos inveja?

Conforme o pensamento do filósofo grego Aristóteles, sentimos inveja daqueles que nos são chegados pelo tempo (vivem na mesma época), lugar, idade e reputação. O homem tem esposa belíssima, tem filhos bonitos, obteve mais de dois diplomas universitários, fala línguas (inglês, francês, espanhol), frequenta bons restaurantes, faz atividade física, compra carro novo, viaja frequentemente com a família para destinos cobiçados, constrói casa nova, é promovido no emprego e não é subserviente (a políticos, chefes e patrões)…

Essas conquistas podem ser alcançadas por qualquer brasileiro? Muitos não têm competência e são possuídos pelo espírito da inveja. Para Tanquerey (1955, p. 531), a inveja é, ao mesmo tempo: “Paixão e vício capital. Como paixão, é uma espécie de tristeza profunda que se experimenta na sensibilidade à vista do bem que se observa nos outros; esta impressão é acompanhada duma constrição do coração que lhe diminui a atividade e produz um sentimento de angústia…”

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De acordo com a Enciclopédia Europeo-Americana (1930, p. 203), a inveja, no seu conceito filosófico, “é uma paixão que é, ao mesmo tempo, filha do orgulho e da malquerença. É um profundo pesar do bem que o outro goza e que se volta contra as pessoas a quem quer mal porque possuem o que ele por inveja quisera para si”.

O japonês Hidehiko Takahashi realizou pesquisa em 2016 e revelou que a região do cérebro acionada quando sentimos inveja é a mesma ativada pela dor física. E a região do prazer no cérebro do invejoso é imediatamente acionada quando ele vê o invejado se dando mal…

Os milhões de invejosos que habitam o Brasil são dignos de pena. Não têm amizades verdadeiras, não gostam da inteligência dos “amigos”, copiam os exemplos de alguém e querem tudo que os “amigos” têm. Os invejosos são infelizes e insensíveis. Por fim, o filósofo alemão do século XIX, Arthur Schopenhauer dizia: “Ninguém é realmente digno de inveja, e tantos são dignos de lástima!”.

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