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Mulheres guerreiras

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Esta coluna completou 50 anos de publicação nos jornais de Juiz de Fora no dia 19 de janeiro, mas como nos diz o evangelista Lucas: O espírito do senhor está sobre mim, por isso ele me ungiu e me mandou anunciar aos pobres uma mensagem, para proclamar aos prisioneiros a libertação e aos cegos a recuperação da vista, para colocar em liberdade os oprimidos e proclamar um ano da graça do senhor (Lc 4, 18-20). Este é um ano de graça, e, por isso, nossas homenagens e nossas celebrações continuam. Hoje, em particular, queremos ressaltar e destacar o trabalho de quatro leigas católicas exemplares: Lêda Schmidt de Andrade, sua irmã Marília Schmidt de Araújo, Maria Vicentina Pinto de Moura e Nilza Nardelli Monteiro de Castro.

Essas mulheres tinham em comum o amor pela palavra de Deus e a necessidade de compartilhá-la com todos. Oriundas de um grupo que marcou a história da Igreja Católica no Brasil, a Ação Católica, elas não podiam ficar presas ao espaço doméstico, precisavam difundir o Espírito Santo pelo método em que acreditavam: ver, julgar e agir. Abandonando suas zonas de conforto, cada uma delas, ao seu estilo, contribuiu para que os leigos católicos de nossa cidade pudessem ter um espaço de reflexão e de conhecimento.

A primeira perda do grupo ocorreu com o falecimento prematuro, aos 51 anos, de Marília Schmidt de Araújo, que, junto com sua irmã Lêda Schmidt de Andrade, era responsável por abordar os problemas sociais que o nosso país e, em especial, nossos cristãos enfrentavam no dia a dia. Vale lembrar que durante 21 anos esse país enfrentou uma ditadura militar e a censura aos meios de comunicação. Mas isso não desestimulou o grupo, nem a morte de Marília. Pelo contrário, fortaleceu. Anos depois, a catequista do grupo Maria Vicentina Pinto de Moura faleceu, deixando uma nova lacuna. Franzina e pequena, Maria Vicentina não aparentava a guerreira que sempre foi.

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As atividades ficaram restritas durante anos às duas últimas guerreiras do grupo inicial – Lêda Schmidt de Andrade e Nilza Nardelli Monteiro de Castro. Com os anos, as limitações físicas foram mais fortes, mas elas não desistiram e sempre foram o esteio e o sustento para aqueles que vieram a assumir este encargo. Hoje esta coluna presta sua homenagem e seu agradecimento a estas mulheres tão especiais e reafirma o compromisso de manter o legado deixado por elas. Nosso Jubileu é um tempo de paz e reconciliação, um tempo de festa e perdão. Um tempo de graça divina.

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