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O ano acabou

editorial moderno
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As histórias da realeza mostram uma forma típica de passagem: “O rei está morto; viva o rei”. Trata-se de um lamento em relação àquele que se foi e uma saudação para quem chega, numa clara alusão de que a vida continua ou, para entrar nos tempos modernos, que o show não pode parar. Dois mil e dezessete está de malas prontas para entrar na história; 2018 chega sob o signo da esperança. O ciclo que se fecha teve altos e baixos. Se na política as coisas andaram mal, com velhos fisiologismos e corrupção desenfreada, as ações da Lava Jato, encetada, pelo Ministério Público e pela Polícia Federal, foram o contraponto, porque apontaram, pelo menos, que a impunidade está sendo combatida com grande ênfase.

Na economia, a luz começou a ser vista no fim do túnel, embora os números ainda não cheguem a causar entusiasmo. Depois de tantos anos de crise, a recuperação não se faz de uma hora para a outra, mas já há avanços. O mercado se mostra otimista e as ruas, esperançosas. É hora de ir adiante. E aí é que entra o 2018. Ano de Copa do Mundo e de eleições gerais, chega marcado pela expectativa de mudanças profundas. Quem será eleito em outubro para comandar o país? Essa pergunta que só as urnas respondem deve ser avaliada pela antecedência dos debates e das discussões. A troca por si só não resolve o problema, daí a necessidade de se avaliar o que os pré-candidatos vão oferecer.

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Com as redes sociais sendo espaço principal de propagação de ideias, é fundamental ter atenção para as chamadas fake news, que vendem gato por lebre, incentivadas por políticos de discurso fácil, mas raso. O mundo está pródigo deles, e as consequências têm sido preocupantes. Mas o foco não deve se fechar apenas no voto majoritário para o Governo. Num país em que há o presidencialismo de coalizão, a formação do Congresso Nacional é, provavelmente, mais importante, pois é no Parlamento que a agenda anda ou emperra, de acordo com o jogo de interesses.
O debate que se espera deve envolver proposta, distante do velho maniqueísmo tipo nós contra eles, que, na maioria das vezes, forja os outsiders, que têm um discurso apolítico e recheado de soluções. A política ainda é a principal via de transformação; os políticos é que devem ser escolhidos com atenção, pois os envolvidos em acusações de toda ordem traíram não só os seus eleitores, mas também a própria política, via pela qual deveriam atuar em favor do povo, e não dos interesses pessoais.

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