31O aumento no volume de armas apreendidas em Juiz de Fora, como a Tribuna mostra nesta edição, é um dado a ser comemorado, pois indica a eficiência dos organismos de segurança no combate à violência. Além disso, aponta para a importância de sistematização de tais ações, a fim de evitar o trânsito de armas ilegais, boa parte delas utilizada em atos ilícitos, seja em crimes contra o patrimônio, seja em crimes contra a vida. De acordo com o delegado Rodrigo Rolli, titular da delegacia especializada em homicídios, a retirada de armas é inversamente proporcional ao número de casos, isto é, quanto maior o volume de apreensões, menor é o número de ocorrências. Como ele bem destacou, as quadrilhas estão cada vez mais equipadas, e tirar das ruas esse material é um avanço nas políticas de combate ao crime.
Implementar o processo de apreensão foi uma das tarefas que as polícias colocaram em suas agendas nos últimos anos, dando prioridade aos serviços de inteligência, capazes de detectar focos de armamentos e personagens que dele fazem uso. De acordo com o Observatório de Segurança Pública Cidadã da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, entre janeiro e maio deste ano, mais de 192 artefatos foram aprendidos. No ano passado, no mesmo período, foram 142.
E, quando se fala em retirada das armas das ruas, a discussão é remetida para as novas regras apresentadas pelo Governo Bolsonaro sobre a posse, embora sejam questões totalmente distintas. O que a polícia faz é retirar das ruas o armamento ilegal, sem registro e sem autoria formal de posse. O que o Governo quer – e que depende ainda de análise do Congresso – é dar o direito ao cidadão de ter armas em casa. Para isso, porém, há uma série de regras, como idoneidade do proprietário e registro do artefato. Ademais, numa primeira etapa, a matéria não trata do porte, isto é, da autorização para o trânsito com armas a despeito de a discussão, em algum momento, chegar a esse detalhe. No crime, essas restrições não existem. As armas, em muitas circunstâncias, mudam de mãos por cessão ou por empréstimo, num cenário que precisa ser combatido a todo o tempo.
Por conta de sua localização e por ser cortada por duas rodovias federais, Juiz de Fora é uma referência para o traslado de armas e drogas, daí a necessidade de vigilância permanente.