Por enquanto foram apenas articulações e acordos iniciais, mas, a partir da sexta-feira, dia 5, começa de fato o jogo eleitoral, uma vez que a formação dos partidos estará consolidada, e não haverá mais margem para troca de legendas envolvendo os interessados em um mandato no mês de outubro. Também começa o ciclo de desincompatibilização de agentes públicos, começando com membros do primeiro escalão municipal com pretensão a uma vaga na Câmara Municipal.
Há outros prazos, mas estes são emblemáticos por conta dos próximos processos que vão ocorrer. Embora as convenções estejam marcadas apenas para o segundo semestre, com o fim da janela partidária, quem tinha que mudar de partido já o fez, e a consolidação das chapas ganha mais consistência.
Cumprida essa etapa, mesmo sem uma campanha oficial, os políticos vão às ruas. São 23 vagas, mas as contas apontam que não será um cenário fácil nem mesmo para quem já tem mandato. As federações, que terão a palavra final na formação das chapas, também terão papel assertivo nesse processo. Há sempre a possibilidade de mudanças no que foi definido dentro de uma legenda em favor da aliança oficial.
O eleitor ainda não terá acesso, nesse primeiro momento, ao programa de governo dos candidatos ao comando do Executivo, mas já é possível acompanhar suas manifestações dentro do que já era esperado: salvo a atual prefeita, Margarida Salomão, os demais irão pelo caminho da desconstrução do atual mandato.
É do jogo, mas os políticos devem ficar atentos ao discurso, pois o eleitor da geração digital não é mais o mesmo, isto é, aquele que aceitava o declaratório de palanque. Ele vai ouvir as críticas, mas vai querer saber o que deve ser feito como contraponto. E não bastam respostas vazias, pois é preciso dizer o que deve ser feito, mas também como deve ser feito e quais serão as fontes de financiamento. Hoje, com acesso a dados, o eleitor tem um universo amplo de informações.
As redes sociais também serão a principal arena dos candidatos e devem ser palco do esperado embate ideológico que já se apresenta desde 2018. As pesquisas têm apontado para um enfrentamento com base no cenário nacional, formado pelo atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e seu antecessor, Jair Bolsonaro. Os dois líderes não fazer qualquer questão de baixar a guarda e levam esse sentimento aos seus seguidores.
Dessa forma, embora o pleito municipal tenha características próprias, com discussão de temas paroquiais, não haverá afastamento da agenda nacional.