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A Covid não acabou

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O Brasil, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, chegou à marca de 700 mil mortos por Covid, indicando que a pandemia, a despeito da sua desclassificação tem nas vacinas o meio mais indicado para derrotar o coronavírus. Desde o início do ano, estão sendo aplicadas as doses de reforço bivalente, que protegem contra a cepa original e contra as novas cepas e variantes da doença, incluindo a ômicron. Segundo o Programa Nacional de Imunizações, os grupos elencados par receber o imunizante são: idosos de 60 anos ou mais; pessoas vivendo em instituições de longa permanência, a partir de 12 anos – e seus trabalhadores -, pessoas imunocomprometidas, a partir de 12 anos, indígenas, ribeirinhos e quilombolas, a partir de 12 anos. Também são contempladas as gestantes, população privada de liberdade e funcionários do Sistema de Privacidade de Liberdade.

Trata-se de um expressivo contingente que traz junto uma preocupação: a adesão está aquém da expectativa, sobretudo entre os idosos. Há a falsa percepção de que as quatro doses – duas originais e duas de reforço – são suficientes para combater o coronavírus. É um equívoco abissal, pois o vírus passa por mutações que não são contempladas pela primeira etapa de imunização. A bivalente, sim. Daí, ir ao posto de saúde é um necessário exercício de cidadania, pois protege o idoso e seu entorno.

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Na edição desta quinta-feira, a Tribuna publicou matéria tratando do tema. Bernardo Marchiori, sob supervisão da editora Rafaela Carvalho, destacou orientações de especialistas e de órgãos de imunização sobre a importância da vacina bivalente. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde de Minas Gerais, “as vacinas são seguras, salvam vidas e estão disponíveis nas unidades de saúde de todo o estado além de serem a maneira mais eficaz para evitar casos graves e óbitos por Covid-19.”

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A queda dos índices gerou a percepção de que tudo está normal, o que não é um dado real, a despeito de todas as flexibilizações. De fato, o mundo – e o Brasil especialmente – está distante do cenário de 2019 e 2020, quando foram tomadas duras medidas de isolamento ante a falta de vacina. A produção do imunizante virou e o jogo e a redução drástica dos casos é a prova material de que vacinar é importante.
Não faz sentido discutir o tema sob o viés ideológico, embora se respeite opiniões diversas, mas o que ora está em jogo é um processo de saúde pública, pelo qual a vacina se tornou fundamental e único antídoto oficialmente eficaz contra o vírus.

O país já foi um campeão de vacinação, bastando lembrar o personagem Zé Gotinha. Esse processo tirou de cena várias doenças hoje consideradas extintas, como varíola e poliomielite. No entanto, ante a resistência de alguns setores, muitas dessas doenças estão voltando, fruto da leniência coletiva. Num tempo de ciência avançada, recusar a vacina é um contrassenso, mesmo sendo lícito fazê-lo.

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