Da mesma forma que os prefeitos, como a Tribuna apontou ontem, neste mesmo espaço, os governadores também vivem momentos de penúria, sem meios para levar seus projetos adiantes, entre eles ações que não podem ser interrompidas, como nas áreas de saúde e segurança. A reunião envolvendo dez dirigentes estaduais com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, na última segunda-feira, foi a face mais clara desse cenário econômico de dificuldades e, o que é mais preocupante, de incertezas quanto às medidas a serem tomadas pelo ministro. Tão logo encerrou o encontro com os governadores, ele se dirigiu ao Palácio da Alvorada para relatar as demandas à presidente Dilma Rousseff.
O Governo federal não tem margem de manobra para resolver de pronto o problema dos estados e municípios, pois também sofre com a queda da arrecadação a ponto de insistir na aprovação da volta da CPMF, vista como a salvação da lavoura. O grave desse enredo é o repasse da conta para o setor produtivo e, por extensão, ao consumidor. Os empresários são contra a volta do tributo, mas tudo indica não haver outro caminho.
Por conta dessas incertezas, os investimentos estão sendo adiados. Na edição de ontem, a Tribuna destacou a situação em Juiz de Fora, em que empresas adiam planos de expansão por ter garantias de como sobreviver ante a retração econômica. Projetos que eram para estar implantados já este ano ou, no mínimo, até a primeira metade de 2016 já não são tão certos, como é o caso do novo shopping, Jardim Norte, e a expansão do Independência Shopping.
A falta de garantias de que o Governo pelo menos fará o dever de casa para retomar o crescimento implica, diretamente, o pé no freio dos empresários. Desta forma, o país vira o ano sem saber quando tudo vai melhorar.