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Investimento necessário

editorial
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O transporte público, e não é de hoje, tornou-se um dos principais desafios das cidades por conta de sua complexidade. Em boa parte do país, sua remuneração se dá por conta das tarifas, isto é, o usuário é seu financiador direto. Como resultado, anualmente os preços são atualizados em decorrência dos custos permanentes de um setor considerado estratégico. O caminho é o subsídio, como já ocorre pelo menos 300 cidades brasileiras – entre elas Juiz de Fora – como a Tribuna apontou na edição de domingo.

O repórter Hugo Netto ouviu especialistas e o superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos, Luiz Carlos Néspoli, que destacaram a mudança de perfil do setor após a crise sanitária da Covid. O uso do transporte público despencou e muitas prefeituras, para evitar a falência das empresas, foram induzidas a bancar parte dos custos.

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Na Europa é uma prática comum que não se esgota no subsídio. Por conta do excesso de veículos na área central das cidades e ainda por questões ambientais, já ocorrem restrições ao uso de automóveis, com prioridade para o transporte público de qualidade. Há regiões nas quais é cobrado pedágio urbano, outras adotam o rodízio, como é o caso de São Paulo.

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No entanto, o desafio de ter mais ônibus e menos carros não é de solução em curto prazo. A mobilidade afeta diretamente a qualidade de vida das pessoas, pois influencia no tempo, no custo, na segurança e no conforto dos deslocamentos, além de ter impactos ambientais, sociais e econômicos. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, a frota de automóveis brasileira cresceu 400% em dez anos, numa pesquisa realizada em 2016. No mesmo período, a construção de transportes alternativos e coletivos, como metrô de superfície, não apresentou o mesmo índice.

Especialistas ressaltam a necessidade de uma abordagem holística e integrada para enfrentar esse desafio. Isso envolve planejamento urbano eficiente, investimentos para ampliar e melhorar o transporte público, aprimoramento no controle do tráfego e incentivo a outros modais.

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A melhor referência é Curitiba, capital do Paraná. Tem um sistema integrado de ônibus que atende 2 milhões de passageiros por dia. O sistema é subsidiado pelo Fundo de Urbanização, que recebe recursos de diversas fontes, como impostos municipais, taxas de estacionamento e multas de trânsito.

No ano de 2005, com a meta de reduzir o fluxo de coletivos na área central de Juiz de Fora, foi implementado o Sistema Integrado de Transporte Troncalizado, com 25 veículos – 15 articulados e dez alongados – e 17 coletivos convencionais, que substituiriam 102 veículos oriundos da Zona Noroeste. Assim, cerca de 60 ônibus encerrariam suas operações no Centro, aliviando o engarrafamento.

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Um terminal foi construído no Bairro Santa Lúcia. A implantação de um segundo, na Rua Dom Silvério esquina com a Rua Barão de Aquino, não ocorreu. A experiência foi cancelada e o Terminal de Santa Lúcia se tornou sede do 27o Batalhão de Polícia Militar.

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