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No mesmo barco

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A reforma política tipo meia-boca realizada pelo Congresso, embora pudesse ter sido bem mais ampla, começa a produzir frutos tendo, paradoxalmente, os partidos entre as vítimas. As legendas vivem dilemas próprios de um cenário de incertezas, se prendendo a velhas práticas quando o país e o mundo são outros. E não se trata do viés ideológico. Os partidos, sejam eles de direita, de centro ou de esquerda, precisam ser repensados, sob o risco de passarem por um período mais longo de desidratação.

O PMDB, um dos partidos com maior capilaridade, mudou apenas de nome, voltando à velha legenda MDB, mas sem as virtudes dos tempos de resistência. O comando nacional não tem diálogo com os diretórios estaduais, que, por sua vez, desconhecem os diretórios municipais. Cada um atua de acordo com conveniências próprias.

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O PSDB também vive dilemas de identidade, sobretudo após a queda de lideranças como Aécio Neves, pego no trator da Lava Jato. O partido não sabe se é Governo ou se está fora da gestão Michel Temer. A despeito do discurso de desembarque, ainda tem indicados na Esplanada dos Ministérios.

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Mais ainda, o candidato mais cotado, Geraldo Alckmin, sustenta um discurso que ainda não chegou às ruas, embora já esteja em plena campanha.
Mas a dúvida maior envolve o Partido dos Trabalhadores. Depois de colocar todas as fichas na candidatura do ex-presidente Lula, o partido não sabe qual será o seu futuro sem a foto do ex-líder metalúrgico nas urnas. Durante todos esses anos, não houve margem para o surgimento de novos atores, e, quando teve a chance, a candidatura saiu da livre e única vontade de Lula, como foi o caso de Dilma Rousseff. Se ele não for o candidato, quem será? Por enquanto, o discurso é de ter Lula nas eleições, com ou sem o aval da Justiça.

Os chamados pequenos mantêm o jogo de interesses. Por serem estratégicos para a formação de maioria, atuam dentro do balcão, dispensando o viés ideológico que nunca entrou em seus programas de Governo.

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No fundo, porém, estão todos no mesmo barco.

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