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Questão de lado

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Se perguntar a um dirigente governista o que ele achou da entrevista do presidente da República – acompanhado do presidente do Senado e da Câmara – sobre o caixa dois, ele dirá que o Governo deu uma resposta à sociedade de que não pactua com tal iniciativa. Se a pergunta for dirigida a um representante da oposição, este dirá que o Governo cedeu à pressão das ruas, não fazendo mais do que sua obrigação. E, sobre o caso Geddel, as respostas teriam o mesmo diapasão: o presidente esclareceu os fatos, na ótica do primeiro; o presidente admitiu uma ação administrativa numa causa particular, destacariam os adversários.

Pelo sim, pelo não, está claro que o presidente Michel Temer ainda tateia na relação com os fatos. Primeiro, levou a crise de um apartamento para dentro do Palácio do Planalto, depois, ao chamar os presidentes da Câmara e do Senado, deu margens à desconfiança, pois não convence ouvir, especialmente, Renan Calheiros fazendo a defesa do veto. O senador é parte interessada em várias demandas que estão em curso, e agir como patrocinador de um ato moralizador não é seu forte.

A resposta ao projeto anticorrupção deve ser conhecida hoje, quando a matéria, em tese, deve entrar na pauta. O grupo que articulava a anistia ao caixa dois ficou exposto e deve recolher suas armas, sobretudo ante a possibilidade de veto, mas o Governo que se prepare: o baixo clero, a parte mais interessada na anistia, não vai deixar barato essa mudança. Num modelo em que o toma lá dá cá ainda prevalece, certamente vai cobrar compensações do Planalto. E é aí que mora o perigo.

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