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COMO SERÁ O AMANHÃ?

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Há cerca de duas semanas, atribuiu-se ao ministro Teori Zavascki uma advertência sobre os desdobramentos da “Lava jato”. A ministros mais próximos, ele teria dito que o pior ainda estava por vir, mas não deu detalhes. Seria a prisão do senador Delcídio Amaral esse novo cenário? Há quem garanta que não, sendo, sim, apenas o começo de uma nova fase de denúncias que deixarão outros escândalos no chinelo. Aliás, tem sido assim no país. Quando os anões do orçamento foram flagrados, as investigações indicaram ter sido o maior escândalo do país. Veio o mensalão, e os anões foram fichinha perto do que se apurou. Com o escândalo da Petrobras, o rombo dos mensaleiros virou gorjeta, e, quando não se acreditava em algo pior, a “Lava jato” mostra que, de fato, vale a premissa de que nada é tão ruim que não possa piorar.

Desta forma, o que se pergunta dentro e fora da instância política (mais nessa, aliás) é como será o amanhã, pois as delações premiadas levantam o véu da corrupção em alta escala. Na sessão em que o Senado referendou a decisão do Supremo de prender Delcídio, o quadro era de desolação, mas nem todas em solidariedade ao colega, mas por conta das próprias cabeças que estariam a prêmio. Quando se põe no xadrez um senador em pleno exercício do mandato, reforça-se a imagem das instituições, mas também se aponta para a prevalência dos princípios legais. A face mais emblemática foi o discurso da ministra Carmem Lúcia, ao advertir que ninguém se sobreporá à Justiça.

As denúncias contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a despeito de ter-se essa impressão, não saíram do foco. São, sim, uma outra face dos escândalos que se acumulam. O recesso parlamentar, visto como a tábua de salvação de alguns atores políticos, pode não ser a saída que se esperava, pois as investigações vão continuar, e, com os delatores abrindo o jogo para salvar a própria pele, o Natal dos que tangenciaram a lei não será pródigo em presentes, mas farto em preocupações.

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