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Voto silencioso

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A renúncia do prefeito Alexandre Kalil, agora substituído pelo economista Fuad Noman, aponta para a abertura da campanha pelo Governo de Minas, embora oficialmente tal processo só vá ocorrer após as convenções partidárias. Com Kalil no jogo, o governador Romeu Zema, liderando as pesquisas de intenção de voto, tem pela frente um adversário que até então estava voltado para as demandas municipais e com poucas incursões pelo interior do estado.

Há, é fato, outros postulantes, mas, num primeiro momento, os números apontam para uma polarização entre o governador e o ex-prefeito, o que já atrai a atenção dos candidatos à Presidência da República. Na semana passada, o ex-presidente Lula disse que precisa de Kalil na mesma proporção que o ex-prefeito depende dele. Por sua vez, o presidente Jair Bolsonaro já fez vários ensaios em torno de Zema, um de seus convidados em visita ao Oriente Médio e prestigiado em várias ações do Governo.

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A nacionalização da campanha não é surpresa, sobretudo em Minas, o segundo maior colégio eleitoral do país. Os pretendentes à Presidência da República conhecem o peso do estado na conta final. Quando enfrentou Dilma Rousseff, o então senador Aécio Neves perdeu o pleito exatamente no estado que tinha governado em dois mandatos. Por investir pouco em seu próprio território, Dilma foi reeleita.

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Os mineiros têm um estilo próprio de fazer política, e o eleitor também confirma o estilo silencioso de não dar pistas sobre sua opção, embora as pesquisas estejam em campo. A própria Dilma, na eleição de 2018, era considerada senadora com muitos pontos à frente dos demais candidatos, que estavam apenas disputando a segunda vaga. Nas 48 horas finais, ela despencou nos números e amargou um quarto lugar. O governador Fernando Pimentel, também do PT, sequer chegou ao segundo turno. A disputa entre Anastasia, que já tinha comandado o estado, reafirmou o voto silencioso: Zema, na primeira tentativa de mandato, foi eleito.

Com os atores em campo, embora os demais candidatos ainda estejam apenas tateando nas pesquisas, há margem, também, para se abrir espaço para os programas de governo. Há uma série de demandas, especialmente no interior, que precisam ser resolvidas. No caso da Zona da Mata, a pauta passa, necessariamente, pela saúde, com o Hospital Regional, mas também pela economia. O governador, em recente passagem pela cidade, disse que está fazendo a sua parte e mostrou números, mas ainda há muito por fazer.

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Numa semana de definições – com o fechamento da janela partidária -, o cenário político deve ganhar nova formatação, com os partidos definindo suas equipes e, a partir daí, voltados para a federação, a etapa final para o diálogo direto com os eleitores.

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