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Fechando o cerco

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A audiência em que o empresário Marcelo Odebrecht foi ouvido na sexta-feira tem um simbolismo próprio: as investigações da Lava Jato foram retomadas, uma semana após a morte do ministro Teori Zavascki, e indicam que o acordo de delação está prestes a ser assinado com o aval do Supremo Tribunal Federal, restando apenas o sorteio do relator, o que deve ocorrer ainda esta semana.

O cerco está sendo fechado, deixando insones muitos políticos, que, até bem pouco tempo, se consideravam acima do bem e do mal, impunes por conta das próprias prerrogativas e imunidades do cargo. Ao longo dos anos, tais personagens fizeram do mandato um meio de negociação, barganhando emendas, projetos e outras concessões em troca de benefícios pouco republicanos, como agora vem à tona.

No Rio de Janeiro, a cada dia que passa, há um fato novo em torno do ex-governador Sérgio Cabral. A lista de ilícitos impressiona da mesma forma que o dinheiro que transitou por contas bancárias, fruto de corrupção. Preso em Bangu, o político peemedebista chegou a ser visto como um dos nomes que o partido poderia indicar para disputar a Presidência da República em 2018 tal o seu prestígio nas esferas políticas e empresariais. Hoje, é um fantasma à espera de punição por conta dos arranjos que fez, inclusive com o poderoso empresário Eike Batista, outro que sonhou um dia em ser o homem mais rico do mundo.

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Pelas primeiras leituras, a lista dos envolvidos nas maracutaias da Odebrecht passa dos cem, algo impensável, mas real ante tantos escândalos nas instâncias de poder. O que virá à tona é uma incógnita, da mesma forma que os seus efeitos. Que Congresso vai atuar em 2017 quando começarem as denúncias? E tudo isso num momento em que se tenta colocar a economia em ordem e a política nos trilhos.

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