Quando são feitos registros da corrupção pelo mundo, o Brasil tem se saído mal na fita, como no mais recente relatório da Transparência Internacional. O país se situou na 76ª posição numa lista de 168 países – queda de sete posições em comparação ao ano passado. Na escala que vai de zero (considerado o mais corrupto) a cem (considerado o menos corrupto), o Brasil aparece com 38 pontos. Por vários anos consecutivos, o melhor desempenho é dos países nórdicos, especialmente a Dinamarca.
Fazer comparações seria no mínimo injusto, pois naquele país há uma política de combate à corrupção de mais de três séculos, que começou quando ainda disputava terras com a Suécia, mas é possível, pelo menos, dar os primeiros passos para mudar a realidade brasileira. As relações entre público e privado naquele país são claras, e tentar se beneficiar do setor público é tarefa difícil. Quando o político é eleito, a equipe que trabalhará com ele é a mesma da gestão anterior. Além disso, o profissional que não reportar um ato ilícito é demitido.
O Brasil tem avançado na transparência, mas ainda está longe do estado ideal. Ter acesso às contas públicas é uma ferramenta importante no combate à corrupção, sobretudo quando há regras claras sobre conflitos de interesse, códigos de ética e declaração patrimonial. Ademais, é fundamental a confiança nas instituições. Os sites dos governos dinamarqueses, de todas as instâncias, costumam ser bem munidos de dados de políticos, salários, investimentos por áreas, etc. E qualquer cidadão pode requerer informações que não estejam lá.
Jovem e com uma formação multicultural, o Brasil tem um longo caminho pela frente, mas este percurso começa a ser vencido quando os investimentos na educação aumentam. Mudar a realidade não é um projeto de um dia para o outro, e sim de gerações, mas, para isso, é fundamental dar o primeiro passo.