A recente pesquisa do Ibope, na qual foi avaliada a saúde popular dos principais atores políticos, muitos deles diretamente envolvidos na última eleição presidencial e outros prontos para o pleito de 2018, apontou que todos estão em baixa. O eleitor, a despeito do maniqueísmo que impera nos bastidores do poder, não distingue prós e contras, colocando todos no mesmo balaio, considerando-os responsáveis pelo caos político e econômico vigente. Não é de graça, portanto, que muitos desses personagens sumiram dos restaurantes e espaços públicos, enquanto outros estão com projetos suspensos, cientes de que o momento não é adequado. Até as eleições municipais devem refletir essa insatisfação, bastando ver a lista dos pré-candidatos às prefeituras – e Juiz de Fora não é exceção. Em outros tempos, sabia-se com grande antecedência quem eram os pretendentes. Hoje, salvo raras especulações, os demais estão fechados em copa, talvez, esperando o melhor momento ou prontos a adiar candidaturas, sabedores de que, além do desgaste da classe, pesa o cenário financeiro das prefeituras, sobretudo aquelas que vivem exclusivamente de repasses do Estado e da União. De acordo com o Ibope, os políticos governistas não estão sozinhos, sendo acompanhados por nomes da oposição. E aí também há sentido: o Governo mostra-se incompetente na gestão pública, sobretudo econômica, e a oposição, inapetente para cumprir o seu papel. Fosse o PT nesta trincheira, a situação seria outra, uma vez que o partido sempre soube mobilizar as ruas e acossar governos. A oposição de hoje se sentia mais confortável no Governo, numa paradoxal situação em que os papéis se mostram trocados.