Como desdobramento do processo de homologação do comércio popular na área central, a Prefeitura está anunciando o fechamento para veículos de parte da Rua Batista de Oliveira – entre as ruas São João e Marechal Deodoro – e ainda a transferência do ponto de táxi para a mesma Batista de Oliveira, em frente ao Conservatório Musical, quase esquina com a Avenida Getúlio Vargas. A medida, como destaca o próprio Governo, visa trazer mais “mobilidade, conforto e segurança para os lojistas e clientes”.
Considerado um shopping a céu aberto, o Centro de Juiz de Fora tem uma marca própria com suas galerias; a extensão do comércio para as ruas, devidamente cadastrado e padronizado, abre uma nova perspectiva de negócios. Em outras gestões foram feitos os primeiros ensaios, como fechamento das ruas Marechal Deodoro (entre as Avenidas Rio Branco e Getúlio Vargas), e a Rua Mister Moore, com as devidas adaptações para atender a demanda de veículos de moradores e de serviços da região.
Quando a Rua Halfeld foi fechada, ainda no Governo Saulo Moreira (1974-1976), criou-se uma discussão sobre a eficácia do projeto, sobretudo por ser uma das artérias da cidade. O resultado foi totalmente positivo, e o Calçadão tornou-se uma das principais referências da cidade. Depois dele vieram a Rua São João e a Mister Moore com resultados semelhantes, apontando para a importância de se dar ênfase ao trânsito não motorizado.
Em diversos países do chamado primeiro mundo, o carro está sendo banido da área central, ora com proibições ora com “salgados pedágios urbanos”, não apenas para conservação de pontos históricos, mas também para induzir a população a utilizar o transporte público. Há, ainda, o viés ambiental, pois, em tempo de redução das emissões de gases, menos carro significa ar menos poluído.
Outra questão enfrentada pelas metrópoles é a revitalização das áreas centrais, cuja movimentação faz delas verdadeiros cemitérios aos fins de semana. No Rio de Janeiro, o número de prédios vazios é uma realidade, o que levou o governo a criar um programa especial de ocupação.
Juiz de Fora ainda não vive tal realidade, mas é importante aumentar a movimentação no Centro com novos serviços. A revitalização do Mercado Municipal é um desses projetos que pode mudar essa realidade, sobretudo por estar numa área estratégica, isto é, dentro de uma praça própria para eventos e conectado à Praça da Estação por uma via que também pode ser explorada.
O Centro é uma região que pulsa e medidas como as que ora estão sendo implementadas dão novas opções em todas as frentes, inclusive de lazer. Tanto a Praça da Estação quanto a Praça Antônio Carlos são referências para eventos e um pacote completo é positivo para todos.
A cidade tem, ademais, um casario histórico pouco conhecido. O primeiro passo ocorreu quando se despoluiu visualmente a área central, permitindo contemplá-lo. Agora, seria interessante também a adoção de parcerias para dar-lhe visibilidade, com a recuperação de estruturas e pinturas. Todos ganham e a cidade agradece.