Não é por falta de conhecimento que a Zona da Mata se mantém como uma das regiões com o menor volume de investimentos e repasses tanto do Estado quanto da União. No projeto Voto & Cidadania, durante conversa com os candidatos sobre seus projetos, a Tribuna ouviu tanto dos postulantes ao Governo quanto dos candidatos ao Senado respostas positivas para Juiz de Fora e seu entorno. Com cerca de 600 mil habitantes, mas acolhendo mais de 1,5 milhão, se for levada em conta a população da região, a cidade tem demandas importantes que só ganham possibilidade de sair do papel se a instância política tiver um papel mais assertivo.
Uma delas – e lembrada por alguns candidatos ao Senado – é a ligação entre Juiz de Fora e o Aeroporto Regional Presidente Itamar Franco, entre as cidades de Goianá e Rio Novo. A MG-353, a despeito da sua importância, ainda não recebeu a devida atenção para garantir melhor acesso ao terminal aeroviário. Todas as discussões em torno de sua industrialização, para acolher, sobretudo, a produção do polo moveleiro, e de empresas de outros municípios, sempre esbarram na questão da estrada. Não há como colocar carretas de grande porte numa via sem acostamento e sem pista duplicada na maior parte de seu curso.
Essa discussão é antiga, mas até hoje não saiu do papel, embora o aeroporto já esteja em funcionamento desde a primeira gestão de Aécio Neves, em 2002 – quando entregou promessas do ex-presidente Itamar Franco, como o Expominas e o próprio aeroporto.
Vários políticos passaram pelo Governo, mas pouco mudou. Trata-se de uma rodovia estadual, e a única melhoria foi a ligação entre a região de João Ferreira e a BR-040, na altura da Barreira do Triunfo, tirando o tráfego pesado da região de Grama.
Quando se fala em recuperação econômica da Zona da Mata, não há como sair do debate sobre as rodovias, pois, além do trânsito de passageiros, também são fundamentais para escoar a produção. A importância de sua recuperação é estratégica.
Os candidatos ao Senado se apresentam com a disposição de ajudar nas discussões sobre o tema e outras pautas da Zona da Mata. Embora o senador seja um representante do Estado no Congresso – por isso, a despeito do tamanho, todos têm três parlamentares -, há margem para discutir temas relevantes de interesses regionais. Ademais, como os deputados, também são doadores de emendas e têm espaço nas estruturas de poder.
É fato que senadores e deputados não são despachantes, já que sua função precípua é legislar e fiscalizar, mas nada impede que seus mandatos defendam os interesses coletivos. Por isso, o eleitor deve investir também no Legislativo, não apenas para assegurar o equilíbrio dos poderes, mas também para eleger porta-vozes adequados para as muitas causas que interessam diretamente a população.