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Em curso desde o início deste mês, o Censo Demográfico 2022 encontra dificuldades na sua execução em Juiz de Fora, que devem estar ocorrendo também em outras partes do país. Algumas próprias da desconfiança popular, e outras fruto da politização que ora divide o país. Muitos entrevistados consideram o Censo um instrumento político do Estado e, por isso, rejeitam repassar suas informações. Nesta edição, a Tribuna mostra as dificuldades encontradas pelos recenseadores e as consequências da resistência popular, fruto do desconhecimento em torno da pesquisa. A matéria da estagiária Mariana Floriano, sob supervisão da editora Fabíola Costa, aponta os reflexos de tais ações até mesmo nos responsáveis pela pesquisa. Há denúncias de ameaças físicas, algo inconcebível para um trabalho de tamanha relevância.

É fato que muitos não cedem acesso às residências por medo da violência que permeia o dia a dia das cidades, confundindo os pesquisadores com personagens que podem simplesmente estar espionando a casa para posterior furto ou roubo. Trata-se de um equívoco, pois todos estão devidamente documentados. Ademais, há meios de confirmar suas identidades no próprio IBGE.

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O Censo, como diz o próprio Instituto de Geografia e Estatística, em sua página na internet, “constitui a principal fonte de referência para o conhecimento das condições de vida da população em todos os municípios do país e em seus recortes territoriais internos, tendo como unidade de coleta a pessoa residente, na data de referência, em domicílio do território nacional”. Mas há outras implicações. A elaboração de políticas públicas ocorre com base em dados de pesquisa, e o Censo é a principal delas, já que fornece o perfil da população e do próprio município.

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Ademais, diversos repasses federais ocorrem com base no perfil da população e do número de habitantes. Quando há resistência, o resultado corre o risco de ficar comprometido, levando a um dano para a própria população. O primeiro recenseamento da população do Brasil, como destaca o IBGE, ocorreu em 1808, no mesmo ano em que a Corte de Portugal se transferiu para o país, mas, “para efeito de registro histórico, em virtude de sua maior complexidade e, sobretudo, do controle a que foi submetida toda a operação, o recenseamento realizado em 1872, denominado Censo Geral do Império, é considerado o primeiro efetuado no país, tendo sido conduzido pela então Directoria-Geral de Estatística”.

Os tempos são outros, e o trabalho é feito com ferramentas que reduzem o tempo e são dotadas de maior precisão. O país começa a se conhecer através de pesquisa desse porte, e o resultado não é uma peça de interesse exclusivo das instituições. A população também tem acesso aos dados e pode, a partir deles, caminhar para uma série de decisões.

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