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Idosos no trânsito

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Com os dados do IBGE indicando o envelhecimento da população, as políticas públicas também devem priorizar essa faixa para proteger não apenas a atual terceira idade, mas o forte contingente que irá aderir nas próximas décadas. As cidades devem ter ações de mobilidade urbana mais intensas, e o debate deve ser permanente, a fim de não sofrer defasagens. No Brasil, há uma cultura do automóvel que dá aos veículos prioridade no trânsito. Essa ótica tem que se inverter, como já acontece especialmente na Europa, em que os países de primeiro mundo, independentemente da idade, dão mais espaço aos pedestres.

Tais ações são decisivas não apenas para a segurança, mas também pelos efeitos colaterais, com a redução do número de carros nas vias urbanas. O ar fica menos poluído, o hábito de andar a pé ou de veículos como bicicleta se intensifica, e a saúde agradece. Muitas dessas medidas podem ser replicadas ao Sul do Equador por serem necessárias e imediatas. Um exemplo é a convivência nas vias urbanas. O tempo dos semáforos é mais voltado para diminuir as retenções do que para permitir a travessia, e o resultado é o aumento no número de atropelamentos envolvendo, especialmente, os idosos, cuja mobilidade fica comprometida com o passar dos anos.

A Tribuna de Minas mostrou, na edição de sexta-feira (27), que a cidade tem a média de um idoso atropelado por dia. De acordo com dados do DataSus, 123 pessoas com idade acima dos 60 anos foram internadas de janeiro a abril deste ano após serem vítimas. Os números fazem da cidade a segunda com mais ocorrências no país. Mas é necessário destacar que são proporcionais ao tamanho do município.

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Em razão disso, a avaliação das travessias deve ser um exercício permanente, mas é fundamental, também, incrementar ações educativas para indicar que nem sempre o motorista é o culpado. O jornal capturou flagrantes de personagens cruzando as vias fora do local apropriado, desafiando a rotina dos veículos mesmo nos horários de pico. Algumas regiões são campeãs em ocorrências, como a Avenida Getúlio Vargas e a própria Avenida Rio Branco, no cruzamento com a Avenida Presidente Itamar Franco. Estima-se que o tempo dos semáforos não permite cruzar tais vias de uma jornada só. Vira e mexe, o transeunte tem que ficar no meio das faixas sob o risco de ser atingido por algum veículo. Mas isso só não basta. As políticas de mobilidade urbana passam por esse viés, mas também se decidem na educação de motoristas e usuários, a fim de facilitar a inevitável convivência.

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