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Opção da Heineken

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O anúncio de instalação da nova unidade da cervejaria Heineken em Passos gerou lamentações, mas não surpresas. Há pelo menos 15 dias, a Tribuna antecipou que a cidade do Sudoeste de Minas tinha obtido os melhores índices de avaliação da empresa e que, portanto, deveria ser escolhida. Se houve critérios políticos não há garantias, embora o município seja o principal reduto do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco. Ele comemorou a escolha, mas, como bom político, destacou a instalação em Minas, e não na cidade.

Empresas de tal porte, ressalvadas possíveis concessões viabilizadas pela instância política, decidem com base técnica, levando em conta as condições que apresentaram aos interessados e à sua própria logística. Quando a Mercedes anunciou sua intenção de se instalar no Brasil, o então prefeito Custódio Mattos mobilizou todos os seus segmentos técnicos para elaboração de um projeto consistente, capaz de convencer os exigentes alemães. Foi mais de um ano de trabalho, com o envolvimento da instância política, é fato, mas a opção se deu em torno de viabilidades, a começar pela logística: o terreno onde se situa a montadora está às margens da BR-040, uma das mais importantes rodovias do país.

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Ademais, Juiz de Fora tem posição estratégica entre as principais capitais do país, e ainda houve, com o envolvimento do Estado, a concessão de incentivos fiscais.
Foi por vantagens desse naipe que a Zona da Mata viveu uma desidratação industrial no início dos anos 2000, quando a governadora Rosinha Garotinho, com sua pasta rosa, abriu os cofres do Rio de Janeiro para quem se interessasse em se instalar no estado. Os incentivos foram de tal monta que tornaram inviável a competição. É fato que uma hora a conta chegaria, e nem todos os empreendimentos que cruzaram a divisa estão satisfeitos com a mudança.

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Os políticos, a despeito do viés técnico e estratégico das decisões, são fundamentais para o encaminhamento de demandas, sobretudo tributárias, mas isso só é possível quando todos abraçam a mesma causa. A cidade tem um histórico de discussão em torno do papel de suas lideranças. São competentes, mas nem sempre atuam em sintonia, optando por ações individuais, que até podem ter resultados.

Recentemente, como foi citado neste mesmo espaço, o presidente da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia, Paulo Romes Junqueira, revelou, em palestra para líderes empresariais de Juiz de Fora, que quando a causa é da cidade não há constrangimento em colocar no mesmo embate políticos e empresários de todos os matizes ideológicos. Vão em bloco para os gabinetes de Brasília ou de Belo Horizonte.

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Aqui, não, mas essa conta não pode ser jogada apenas no colo dos políticos. As instâncias empresariais também precisam ampliar suas relações e atuar de forma coordenada, pois só assim os pleitos da cidade terão chances de sucesso.

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