Em anos sem eleição, o debate político tende a ser menos intenso, desdobrando-se mais nos bastidores do que nas ruas, mas provavelmente não será o caso de 2017. Além de ser derradeiro para a economia, que precisa sair do atoleiro, há pendências importantes que precisam ser desatadas, como é o caso da operação Lava Jato. Depois de um ano em que foram mandados para a cadeia personagens importantes da política e do setor empresarial, ainda há uma lista a ser desvendada, que poderá mandar outra leva para o cárcere de Curitiba.
Com o presidente da República passando por um ciclo pendular ante a opinião pública, já se discutem nomes para disputar sua sucessão em 2018. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, tenta se organizar dentro do PSDB, mas autoriza conversas para uma eventual filiação ao PSB, a fim de ser o nome dos socialistas para a eleição. Ele prevê dificuldades no ninho tucano após o senador Aécio Neves virar o melhor amigo do ministro José Serra.
No Partido dos Trabalhadores, está em curso a tática de o ataque ser a melhor defesa, isto é, o lançamento da candidatura do presidente Lula para um terceiro mandato é visto como antídoto aos muitos processos que contra ele correm no Judiciário. Ademais, ele ainda é a melhor alternativa para o partido, que passa por um desgaste de material ante o olhar das ruas.
Resta o PMDB. No poder com Michel Temer, o partido tem pretensões de ficar no Planalto, mas precisa definir nomes, algo que, por ora, só se escuda no próprio presidente da República. Os demais pretendentes estão sob o fio da suspeita, pois o partido tornou-se a bola da vez nas operações do Ministério Público em parceria com a Polícia Federal.