A crise na saúde no Rio de Janeiro, que refluiu um pouco em razão da intervenção branca da União, é o espelho do que ocorre pelo país afora, fruto de gestões nem sempre profissionais e do custeio, o principal desafio das administrações em todas as suas instâncias. Se construir unidades de saúde já é um problema, a sua manutenção é o nó górdio de toda a questão, pois trata-se de um segmento de investimentos intensivos e com um paradoxo: quanto melhor o atendimento, maior a demanda.
Juiz de Fora vive tal situação com a construção do hospital regional. Concebido na gestão tucana de Aécio Neves e Antonio Anastasia, entrou pelo mandato petista sem data para ser inaugurado. O governador Fernando Pimentel liberou recursos para a continuidade das obras, mas estes ocorrem em doses homeopáticas. A Secretaria de Saúde prometeu R$ 5 milhões mensais, mas só mandou R$ 1,5 milhão na primeira etapa e liberou – segundo correspondência encaminhada aos deputados estaduais – mais R$ 2 milhões no próximo lote.
Se na fase de construção já há esse dilema, é esperar para ver quando a unidade entrar em funcionamento, sobretudo por não acolher apenas pacientes de Juiz de Fora; como o próprio nome diz, irá receber a demanda de toda a Zona da Mata. Os municípios do entorno não dispõem de meios para participar dos custos, o que deixa Juiz de Fora com a principal responsabilidade de tocar um projeto – importante e necessário – de tal envergadura.
É de se esperar que a União cumpra a sua parte na transferência de recursos, pois o hospital, pelo seu porte, vai exigir profundos investimentos para garantir a sua vocação de ser uma referência regional.