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A força de Lyra

editorial
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Corre nos bastidores de Brasília a informação de que o presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira, tem a pretensão de disputar o Senado em 2026, mas teria dito a aliados que gostaria de ver seu nome testado em pesquisas em torno da disputa presidencial. De acordo com a colunista de “O Globo”, Bela Megale, que deu a notícia em primeira mão, o deputado ficou irritado com o vazamento, mas não desmentiu.

A pretensão do parlamentar, seja para a presidência, seja para o Senado (a mais plausível) mostra como o jogo de 2026 já está sendo jogado nas instâncias de poder. Não à toa, os cardeais da política estão investindo suas fichas já nas eleições do ano que vem, quando serão eleitos prefeitos e vereadores. Não é apenas sob a condição de testar a base, mas para acumular apoiadores em prefeituras estratégicas, especialmente das capitais e as cidades de médio e grande porte. Juiz de Fora é uma delas.

Não há novidades nesse jogo, mas vale a pena acompanhar a mobilização, por tratar-se de um embate que replica 2018 e 2022 com os dois polos capitaneados pelo presidente Lula e seu antecessor Jair Bolsonaro.

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A despeito da necessária discussão das demandas locais, não há dúvidas em torno da nacionalização da campanha, sobretudo pela atual oposição cujo legado se forja no ex-presidente. Os atuais mandatários s, por sua vez, têm como pano de fundo a atual gestão, e nos municípios as ações do primeiro mandato, como é o caso da prefeita Margarida Salomão. Ela poderá atuar em duas frentes: no espectro local, mostrando suas realizações, e no nacional com as ações do Governo Lula.

Esse tem sido o problema de seus eventuais adversários, uma vez que terão que fazer a crítica local num cenário em que as pesquisas apontam a aprovação da prefeita, e no campo nacional com Bolsonaro fora do poder, mas com um forte poder de mobilização.

Ademais, se há uma unidade na base governista, a oposição ainda não tem uma candidatura que conquiste por unanimidade os corações e mentes da direita. Os personagens ora especulados ainda precisam acertar a sintonia, isto é, se vão abrir mão da disputa e focar em um só nome ou se vão cada um para o seu lado na expectativa de um eventual segundo turno.

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Ao fim e ao cabo, quando se avalia apenas o cenário nacional, fica clara a força do Centrão liderado pelo deputado Arthur Lira. Depois de emplacar a presidência da Caixa Econômica, com a troca da presidente Rita Serrano por Carlos Antônio Vieira Fernandes, os parlamentares do PP e do Republicanos mostraram adesão ao Governo no projeto que prevê a taxação dos “super ricos”. A matéria foi aprovada com folga.

A despeito de serem questões distintas, o papel do Centrão no Governo e a disputa nas bases municipais acabam ficando num mesmo funil quando se trata das eleições de 2026.

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