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TRILHA PERIGOSA

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A decisão do Governo de adiar para o início desta semana a reforma administrativa, que já estaria concluída e pronta para ser anunciada na última sexta-feira, não é o pior dos mundos, mas aponta para a dificuldade da presidente Dilma Rousseff em lidar com o PMDB. O partido, a despeito de ampliar seu espaço na estrutura de poder, ainda se mostra insatisfeito, enquanto o Partido dos Trabalhadores, estupefato, está se desidratando, tudo isso em nome da governabilidade.

O problema é que políticos profissionais – a maioria deles nas hostes peemedebistas – sabem manipular emoções e, ante uma presidente fragilizada, fazem jogo de cena para garantirem seu poder sem se comprometerem. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, entende que a legenda deveria ficar fora do Governo, mas seria pedir demais para quem sempre esteve no Planalto após o período de redemocratização.

Feita a reforma, certamente haverá efeitos colaterais, porque o PT não ocupa apenas ministérios, mas também cargos importantes nos demais escalões. O PMDB irá mantê-los? Nas diversas discussões, tendências petistas advertem para os riscos de se dar tanto poder ao principal aliado, que joga com um pé no Governo e outro na perspectiva de ser ele o Governo. Só o tempo dirá, mas é certo que a presidente está numa trilha perigosa e com indicativo de ser um caminho sem volta.

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