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Os riscos continuam

editorial
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No último sábado, o choque entre um automóvel e um caminhão, na altura de Congonhas, causou mais uma morte na BR-040. O trecho é um dos mais críticos da rodovia e vai demandar mais atenção da EPR, nova concessionária, ante a precariedade da pista, da sinalização, e, sobretudo, pela falta de separação entre os dois sentidos da via.

Ainda sem apuração das causas, o acidente ocorreu num ponto em que as duas faixas praticamente se confundem, por conta da sinalização precária agravada pelos resíduos de minério que comprometem a pintura da pista e das placas e até dos radares. O carro de passeio foi totalmente destruído e o caminhão fez um “L”, com riscos para motorista. Outros dois veículos se envolveram no acidente, mas sem vítimas.

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O acidente ocorreu no final da tarde. Em rodovias de sinalização precária ele é o pior dos mundos, uma vez que os usuários ficam sem qualquer referência. Se no trecho da mesma rodovia, entre o Rio de Janeiro e Juiz de Fora os olhos de gato facilitam a visibilidade e as pistas são separadas por guard-rails, o mesmo não ocorre na direção a Belo Horizonte.

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A EPR já antecipou que o trecho entre Conselheiro Lafaiete e Belo Horizonte será prioridade, por ser o que mais registra acidentes com vítimas fatais. O de sábado foi mais um para a estatísticas e deixando mais uma família em luto.

A despeito das obras, é necessário reforçar a discussão sobre a presença dos caminhões das mineradoras em uma via de tráfego tão intenso. As negociações para a construção de uma estrada própria para os veículos que transportam minério devem ser aceleradas, por tratar-se de uma questão na qual os recursos não são um problema. As empresas têm caixa para suportar um projeto de grande magnitude associado ao fato de também serem beneficiadas.

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Quando assumiu a concessão, a EPR destacou as primeiras intervenções e colocou o perigoso trecho entre suas prioridades, mas é fundamental atuar também em outras frentes, já que os 260 quilômetros que separam Juiz de Fora da capital têm outras regiões consideradas críticas.

Quando assumiu a primeira concessão, a Via 040, do grupo Invepar, anunciou uma série de obras, mas, já em 2017, quando iniciou o processo de devolução, percebeu que não havia condições de equilibrar as contas com o valor do pedágio, em torno de R$ 5 e os custos com a necessária recuperação. E não chegou a levar em conta a situação dos muitos viadutos que também carecem de avaliação – como os quatro na cidade de Santos Dumont.

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Para o lado do Rio de Janeiro, o Dnit já entendeu que cabe a ele realizar as obras da Serra de Petrópolis para, só a partir daí, fazer nova licitação. No caso mineiro isso não ocorreu, embora também sejam caras as intervenções, para a segurança dos usuários.

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