A inauguração do viaduto Roza Cabinda, sobre a linha férrea na Rua Benjamin Constant, encerra uma novela de muitos anos. Quando se elegeu governador, Aécio Neves prometeu resolver o problema após, pessoalmente, ter presenciado o drama de ocupantes de uma ambulância retidos na passagem de nível. Ele teria encaminhado parte dos recursos, mas o projeto ficou no papel.
O Viaduto Roza Cabinda faz parte de um binário com o Viaduto Hélio Fadel, cujo fluxo de trânsito é exatamente o contrário. Com isso, moradores da Zona Leste da cidade não terão mais a preocupação com a passagem dos trens.
A mobilidade urbana é um desafio permanente para os governos, sobretudo para cidades, como Juiz de Fora, cortadas por uma linha férrea. Em 1982, quando inaugurou o Mergulhão, o então prefeito Mello Reis deu fim às retenções na Avenida Rio Branco, na altura do Sport Clube. O fluxo de trens era muito mais intenso e a via, a principal da cidade, ficava boa parte do tempo interrompida.
Outros mergulhões chegaram a ser projetados, inclusive na Benjamin Constant, mas os custos foram considerados inviáveis e a opção por viadutos tornou-se o fator comum. Com Tarcísio veio o viaduto, também sobre a linha férrea, na altura da Beckton Dickson; com Custódio Mattos o Augusto Franco, sobre a linha férrea perto da Espírito Santo, e com Bruno Siqueira, na passagem perto do antigo estádio do Tupinambás.
O estado da arte seria a saída da linha férrea da área urbana de Juiz de Fora. Várias discussões foram implementadas, mas todas esbarraram no alto custo do projeto, que passava da casa do bilhão. Ante esse impasse, as passagens devem seguir o modelo implementado pelas diversas administrações.
Ainda há projetos em andamento, já que, ao curso dos anos, o crescimento demográfico no entorno da linha exige outras medidas para a acessibilidade da população.
A cidade ainda tem grandes gargalos no trânsito na Avenida dos Andradas nas suas duas pontas. Perto do Viana Júnior, sugerindo um novo viaduto ao lado do Mergulhão, e na passagem de nível perto do Museu Mariano Procópio. Esta carecerá de maior investimento por conta do acervo que envolve o Museu e a sede da Quarta Brigada, que não podem ser cobertos pela via. O projeto deve passar por mudanças para atender a demanda da população sem comprometer os dois espaços históricos.
Como todas as metrópoles, a mobilidade exige outras iniciativas, a começar pela redução do número de automóveis na área central. Isso só será possível com investimentos acentuados no transporte público e na criação de novos modais de transportes. Um deles é a implementação de ciclovias.