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Os perigos do mundo digital

editorial
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Na edição de domingo (25), a Tribuna trouxe números emblemáticos ao apontar que, em Juiz de Fora, foram registrados 291 casos de estelionato contra pessoa idosa no período de janeiro a abril deste ano. No mesmo período do ano passado, os dados foram mais graves, já que foram registradas 370 ocorrências. Se na cidade houve queda, no Estado, a situação se inverte. De acordo com o Observatório de Segurança Pública, o número de casos passou de 7.984 no ano passado para 8.863, também considerando o primeiro quadrimestre.

São várias as razões, como bem explica o advogado Rafael Cunha Silvério, coordenador jurídico da Associação dos Aposentados, Pensionistas e Idosos de Juiz de Fora. Em entrevista à estagiária Bruna Furtado – sob supervisão da editora Fabíola Costa -, ele revelou que a ação lesiva é uma violência financeira a ser enfrentada.

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E tem razão. Com a atualização constante dos equipamentos digitais, todos estão sujeitos a algum tipo de mazela ante a sofisticação dos criminosos. E o idoso, ainda sob a cultura analógica, é o alvo mais fácil. Pouco afeito aos equipamentos, boa parte não faz qualquer atualização e, ante a dificuldade em lidar, especialmente com os celulares, acaba, ora sendo atraído por algum “benefício”, ora se submete a trotes com resultados graves ante a dificuldade em aferir a procedência.

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A matéria trata dos idosos, mas o avanço tecnológico trouxe consigo uma série de golpes que afetam todos os segmentos. O noticiário tem sido pródigo em apontar casos de toda monta, nos quais os golpistas arrecadam recursos de grande monta até mesmo de corporações.

No caso do idoso, a situação se agrava, o que exige a adoção de campanhas educativas e de apoio de familiares. Trata-se de um processo pedagógico permanente, a fim de garantir um mínimo de segurança para esses personagens que têm todo o direito de desfrutar das novidades da tecnologia.

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O coordenador jurídico da Associação dos Aposentados apela para a instância política, a fim de estabelecer leis mais duras para os autores desses delitos, mas sabe que isso só não basta. São necessárias discussões frequentes sobre as mazelas dos novos tempos. As fake news também causam repercussão nesses personagens, como um fator de preparação para outros eventos. O velho golpe do telefone, pelo qual alguém anuncia o sequestro de algum parente, embora manjado, continua, mas a situação se agrava com ações de viés consistente, que afetam idosos e as demais faixas etárias.

Em nome de órgãos de defesa do consumidor ou de instituições bancárias, é comum uma ligação traçar um perfil irretocável da eventual vítima, citando dados de sua vida financeira como se fosse, de fato, um organismo real.

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Como os dados pessoais estão disponíveis no mundo digital, os criminosos, por também conseguirem acesso, inauguram todos os dias um novo tipo de artimanha. Os tempos são críticos e, sobretudo na terceira idade, há uma acentuada fragilidade que carece de alertas permanentes.

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