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Riscos da dengue

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A decisão do Governo do estado em decretar estado de calamidade em decorrência da dengue foi um gesto necessário, mas não esgota o problema. É fundamental retomar as campanhas de esclarecimento da população, a fim de mostrar que a doença não está contida em decorrência da mudança de estação. Primeiro, porque as temperaturas se mantêm altas, e, segundo, porque o mosquito continua propagando a doença perante a leniência da própria população. A falta de aviso pode ter tido influência direta nos números, que deixam Minas entre os estados com maior registro de casos.

Quando surgiu, a dengue era tratada como uma doença sazonal, que se acentuava no período das chuvas, especialmente no verão, mas esse perfil vem mudando no decorrer dos anos, aliás, como a própria estação. Nunca abril teve tanta chuva como o deste ano, de acordo com os institutos de meteorologia. As águas concentradas são o habitat ideal para o mosquito Aedes aegypti, responsável pela contaminação. Desta forma, é fundamental acentuar a vigilância e as ações profiláticas pelo Centro e pelos bairros da cidade.

A falta de informação tem sido causa não só da disseminação da dengue mas também de outras endemias. Uma expressiva parcela da população desconhece princípios mínimos de controle e fica à mercê da própria sorte. Outros ignoram a importância das vacinas, deixando filhos e familiares sem qualquer acompanhamento, só indo aos postos quando há o chamamento por meio da propaganda.

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Enquanto a dengue mantém níveis elevados de ocorrências, outras doenças, muitas delas consideradas extintas, estão aparecendo, como o sarampo, levando as autoridades a retomarem medidas que já tinham saído de sua agenda. No caso do Aedes aegypti, é necessário considerar todos os fatores, pois só assim será possível reverter o jogo. A mudança de perfil do agente propagador é um dado a ser considerado, o que implica investimentos permanentes.

 

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