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ALÉM DAS DIVISAS

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Foi-se o tempo em que eleições municipais eram tipicamente paroquiais, envolvendo apenas os atores locais e exacerbando paixões entre os militantes. Não apenas pelo advento da internet, que derrubou fronteiras, os interesses se ampliaram além das divisas, criando situações novas até mesmo para velhos participantes. O que se vê, hoje, em Juiz de Fora, por exemplo, é um típico caso em que a disputa para a Prefeitura está sendo mais conversada fora da cidade do que nos recantos do município. Reuniões e telefonemas têm sido trocados em Brasília e Belo Horizonte, nos quais são traçadas estratégias, elaborados convites e feitas análises da conjuntura.

Na estratégia há consenso: lançar nomes, agora, é temerário não só pelo cenário nacional, que se projeta sobre as prefeituras, mas também pelo risco de mudanças, que se tornaram frequentes nas regras eleitorais. Já os convites são feitos não apenas para medir o quadro de interesses mas também para antecipar alianças, necessárias na disputa municipal. Finalmente, a análise da conjuntura é vital, pois o país de hoje pode não ser o de amanhã, da mesma forma que os municípios, cuja situação é precária, fazendo do ato de administrar um grande desafio.

Em face disso, salvo as especulações, as conversas serão submersas, com os políticos adotando o sonar para seus contatos, a fim de evitar danos a possíveis alianças ou ao lançamento de candidaturas. O eleitor, nesse aspecto, é o menos estressado, uma vez que, com tantos problemas no seu dia a dia, está alheio às articulações. Para este, eleição só no ano que vem, e o lançamento de candidaturas está apenas na cabeça dos interessados em consolidar posições ou, como também é próprio do meio, queimar em fogo brando virtuais pretensões.

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