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O dia de amanhã

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Ao chamar o Exército para guarnecer prédios públicos, após os atos de vandalismo na tarde de quarta-feira, o presidente Michel Temer utilizou-se das prerrogativas do cargo e da própria legislação, mas avançou em demasia, pois poderia ter resolvido o problema com a Guarda Nacional, como pleiteou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, usado como pretexto pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, para justificar o gesto. Teria garantido a necessária segurança de tais prédios e não causaria preocupação por cruzar uma perigosa linha. Os comandantes já anteciparam que foi uma questão pontual, mas não deixa de chamar a atenção. Ontem mesmo, o Governo revogou o decreto, antes previsto para vigorar até o dia 31. Melhor assim.

Por outro lado, a quebradeira em Brasília estava fora do roteiro, pois não apenas descaracterizou o protesto, mas também por aguçar outros sentimentos, próprios dos que consideram que os limites estão sendo rompidos. Os organizadores se disseram surpresos, mas deveriam prever que esse tipo de coisa iria acontecer, dando pretextos para a reação desmensurada do Planalto.

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O dia seguinte foi de rescaldo, mas também de avaliação do que ocorreu e de seus desdobramentos. Em alguns gabinetes, inclusive fora da Capital Federal, há discussões sobre a sucessão do presidente, restando definir se esses interlocutores – de diversos partidos – optam pelas diretas, como querem as manifestações, ou pela via indireta, como estabelece a Constituição Federal.

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De uma forma ou de outra, é fundamental discutir o futuro e o que pode ser feito até as eleições gerais de outubro de 2018. O que não pode é prevalecer a incerteza que afeta não apenas a política, mas também a economia. Para tanto, as reformas têm que continuar e a política prioritariamente, pois as regras atuais não garantem mudanças profundas, dando margem para continuação de todos os vícios ora questionados pelos eleitores e colocados em xeque pelas muitas operações da Polícia Federal.
O Congresso, que também viveu um dia tumultuado, com deputados quase chegando às vias de fato, tem que focar esses processos para, principalmente, garantir que a sucessão do ano que vem será para a obtenção de dias melhores.

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