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Dengue tem graves consequências

editorial
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Até março, quando termina o ciclo das chuvas, a propagação da dengue estará nos níveis mais altos, exigindo da população e das autoridades sanitárias a implementação de medidas para mitigar os danos da doença. O estado de Minas Gerais está em alerta e Juiz de Fora já registra uma média de sete casos por dia. Os números, como a Tribuna destacou, acompanham a tendência nacional de crescimento.

A rede pública aguarda a chegada da vacina para as próximas semanas, mas, enquanto isso, é preciso retomar campanhas de conscientização. Em tese, tais informações já deveriam estar incorporadas ao cotidiano, por serem simples. O Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença, se reproduz em ambientes de água parada. Dez minutos de vistoria são suficientes para redução dos focos.

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Mas é fundamental alertar que a dengue tem altas taxas de infecção. Vários estudos destacam que, com a globalização e as mudanças climáticas, as áreas propícias para os mosquitos transmissores estão aumentando.

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Apesar de muitas infecções por dengue serem leves, a doença pode evoluir para formas mais graves, como a hemorrágica e a síndrome do choque da dengue; ambas podem ser fatais. A vacina é o fato novo, mas ainda não há um tratamento específico exceto a hidratação, para o alívio dos sintomas.

Doenças de grande propagação têm consequências graves na saúde pública, por terem a capacidade de sobrecarregar os sistemas de atendimento, sobretudo em regiões com recursos limitados. Antes da tragédia global provocada pela Covid, os surtos de dengue chegaram a ameaçar a rede de atendimento, que não comportava a demanda de pacientes. Os pontos de hidratação ficaram comprometidos tanto na rede pública quanto privada.

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O impacto do aquecimento global tornou-se uma questão de estados. As mudanças climáticas, de acordo com especialistas, podem aumentar a área geográfica onde os mosquitos podem sobreviver, levando a um aumento de doenças como a dengue em regiões anteriormente não afetadas. Entre as muitas lições tiradas da Covid, uma delas é saber que os níveis de contaminação estão se ampliando pelo mundo afora. Pouco se imaginava que uma contaminação, em princípio, iniciada na China, teria efeitos letais em todos os continentes.

Os danos são substanciais que não se esgotam na saúde pública. A economia – também no ciclo do coronavírus – sofre danos muitas vezes irreversíveis. Até a Saúde pode ter seus custos aumentados, em razão do tratamento do paciente e investimentos em infraestrutura. A perda de produtividade é outro dado relevante. Doenças infecciosas podem resultar em ausências no trabalho tanto por parte dos doentes quanto pelos cuidadores, afetando a produtividade.

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Na fase mais crítica, as consequências da Covid também impactaram o turismo. Na agricultura, doenças transmitidas por vetores como a dengue podem afetar a mão de obra do setor. Há, pois, repercussões em todos os setores.

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