Na conversa com jornalistas da Tribuna, durante visita à Redação, o vice-governador eleito, Paulo Brant, deu pistas do modelo de gestão da equipe comandada pelo governador eleito, Romeu Zema, a ser adotado a partir de 1º de janeiro de 2019. Foi lúcido ao indicar que a campanha ficou para trás e que será preciso negociar – não barganhar – para garantir maioria na Assembleia Legislativa. E tem razão, já que algumas palavras mudaram o seu verdadeiro sentido por conta da ação dos próprios envolvidos no debate político. Fazer acordo, por exemplo, é visto como algo menor, com forte sentido de corrupção ou cooptação distante do viés republicano. Brant entende que não basta mudar palavras, e sim atitudes. E é o que o Partido Novo, que estará no poder, pretende, segundo ele, implementar.
Pelo menos não caiu na armadilha da demonização da política, que andou em pauta durante a campanha eleitoral. Ele admite a necessidade de dialogar com os parceiros e acolher opiniões, sobretudo quando houver convergência. No seu entendimento, o capital de sete milhões de votos é um desafio, pois o eleitor fez uma aposta ao descartar o modelo anterior representado pelo PT e pelo PSDB durante suas gestões.
De fato, foi esse o recado das urnas. O eleitor apostou numa nova ideia, mas, para colocá-la em prática, o futuro governador Romeu Zema terá que ir ao mercado e buscar profissionais – o que já estaria fazendo -, mas não carece tirar de cena os políticos. Há gente séria nos parlamentos disposta a mudar os paradigmas da própria política, hoje marcada pelas negociatas que tanta indignação causaram.
O próximo mandatário e sua equipe terão um desafio imenso para mudar a situação do estado e, por consequência, das prefeituras, hoje todas elas de pires à mão, sem meios de fechar as próprias contas. Para tanto, terá que atrair negócios, fazer reformas e investir em ações que garantam ao eleitor que o Governo é confiável e transparente.
No atual cenário, enquanto a casa não for arrumada, não haverá recursos para grandes ações, mas, como o próprio Brant destacou, há setores em que o dinheiro é o problema menor, sendo necessário, sim, modernizar a gestão. A conferir.