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É preciso recuperar o crédito

editorial
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Pesquisa da Genial/Quaest, divulgada nessa quinta-feira, apontou que 31% dos brasileiros se apresentou com dívidas sérias. Numa outra abordagem, 40% disseram que estão muito endividados. Os pesquisadores destacaram que o dado preocupante é o fato de quase ninguém ter afirmado que paga suas dívidas com facilidade.

Tais avaliações são importantes não apenas para a implementação de projetos, como o Desenrola – programa que facilita negociações – mas também ações do próprio setor produtivo, especialmente o comércio, já que todos têm interesse em reduzir a inadimplência. Os serviços de proteção ao crédito é mais uma face da busca de soluções, porque têm papel importante ao incentivarem negociações entre as partes.

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São ações de ganha/ganha, uma vez que ninguém quer se ver privado de créditos e ninguém quer perder consumidores; daí as diversas ações em torno de uma eventual conciliação.
Boa parte desse passivo é fruto ainda da Covid, quando milhares de pessoas perderam seus empregos. A paralisação da economia global e, em especial, do Brasil, teve desdobramentos graves ante a impossibilidade de mercado aberto. Foram dois anos difíceis, mas a conta ainda continua sendo paga.

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A economia é a ponta mais sensível desse processo, pois quando ela vai bem as demais instâncias seguem o mesmo caminho. E o contrário é verdadeiro. Com tantos brasileiros desempregados, não há surpresa quando se mostra o grau de inadimplência ou de dificuldades para fechar o mês. Muitos desses personagens além de saírem do mercado de trabalho, foram projetados para as ruas, o que é possível ver, especialmente nas metrópoles, com o aumento expressivo da população em situação de rua.

Recuperar a economia é uma prioridade, a fim de colocar o trem nos trilhos. Com a geração de emprego, aumenta o consumo, que leva o incremento da produção. E nesse cenário, com emprego e renda, o trabalhador se afasta das dívidas ou cria condições de pagá-las sem comprometer o restante de suas obrigações.

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Outro dado relevante são os programas de educação financeira. É fato que o desemprego é a matriz dessas mazelas, mas é necessário, também, educar a população para controlar os gastos. Despender mais do que receber é o caminho certo para um caminho problemático, como mostrou a pesquisa. Os números mostram, também ainda que 46% dos endividados gastam mais de 50% dos seus ganhos pagando mensalmente suas dívidas.

Neste caso, não são inadimplentes, mas ficam sem meios de voltar ao mercado de consumo ante a drenagem mensal de seus vencimentos. Só 12% gastam apenas 10% dos seus salários pagando dívidas. Os demais, vivem na corda bamba fazendo apenas o suficiente para cobrir os seus débitos.

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