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Depois da Covid

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Com o aumento da população vacinada, vários serviços estão voltando à normalidade, mas nada indica o afastamento das ações preventivas, como uso de máscara e distância das aglomerações. O ponto principal, porém, é o futuro, isto é, o depois da Covid. O mundo, após tamanha inflexão, precisa estar preparado para garantir a eficácia da imunização. A ciência ainda não se decidiu em torno de eixos ora em avaliação: extinção total do vírus ou tê-lo na convivência, mas sob controle.

A despeito de qualquer procedimento a ser seguido, muitas lições estão sendo tiradas da epidemia. O serviço público de saúde, que passou pelo seu maior desafio – e ainda continua -, tem que estar pronto para novas medidas. A Covid causa sequelas que não se esgotam no curto prazo, e o sistema tem que estar pronto para acolher essa nova demanda.

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Nesta edição, a Tribuna, em reportagem de Michele Meireles e Carolina Leonel, revela o aumento por serviços de saúde em Juiz de Fora, que cresceu até 50% com a pandemia. O SUS já está sendo impactado, e na Agência de Cooperação Intermunicipal em Saúde Pé da Serra (Acispes) – que atende a região – a realização de exames também aumentou.

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O grave desse enredo é que o Sistema Único de Saúde ainda não implementou o serviço de acompanhamento de pacientes com sequelas, fato que será necessário, a fim de garantir a recuperação plena desses personagens. As consequências da doença são inúmeras, daí a necessidade de respostas multidisciplinares.

Ainda de acordo com a reportagem, em Juiz de Fora, segundo a Ouvidoria de Saúde do município, “foram registrados alguns casos de pacientes com dificuldades para conseguir tratamento de recuperação via SUS. Conforme a ouvidora Samantha Borchear, o órgão tem, dentro da capacidade assistencial da rede, encaminhado esses pedidos para atendimento”.

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As discussões ainda têm como foco o processo de imunização, o que tem tirado o debate sobre o futuro da agenda dos órgãos públicos e da instância política, apesar de sua importância. Com a redução de casos, espera-se que a tomada de providências seja rápida, caso contrário, ainda haverá situações críticas em consequência do coronavírus.

O legado da pandemia também terá papel importante nesse processo, carecendo, porém, da manutenção das atuais estruturas para garantir agilidade nos processos da saúde. Vários hospitais já apresentam modelos diferenciados para suas unidades de terapia intensiva, enquanto outros, com as ampliações de leitos para atendimento aos pacientes, antecipam que eles continuarão, mesmo para outros fins, sobretudo para cobrir a demanda represada no setor eletivo. Há pelo menos um ano e meio, tais cirurgias foram contingenciadas por conta da necessária prioridade ao combate à Covid.

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