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Medo na Cidade Alta

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Quando concebeu a Cidade Alta e deu ao Ipplan – que ele também criou – a missão de estabelecer o Plano Diretor daquela região, o então prefeito Mello Reis tinha em mente inverter a rota de crescimento da Juiz de Fora, entendendo que a Zona Norte, principalmente, estava saturada. Nesta, já tinha construído o Distrito Industrial e definido sua ampliação, a fim de garantir espaço adequado para as indústrias.

O resultado foi crescimento da região de São Pedro e seu entorno, que ganhou um novo perfil residencial com os seus muitos condomínios. Com eles também chegaram os serviços. Hoje, não há mais necessidade de os moradores descerem ao Centro para cobrir suas demandas. Há farmácias, supermercados, restaurantes, a Universidade Federal de Juiz de Fora e uma gama acentuada de bares e restaurantes.

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Mas há o lado perverso nesse enredo. Nos últimos meses, os crimes contra o patrimônio têm se acentuado, e a noite, um dos pontos fortes, perdeu o seu apelo ante a insegurança. Há cerca de uma semana, um bar foi assaltado com requintes de violência contra seu proprietário, que só recentemente saiu do hospital. Na sexta-feira foi um restaurante, cujos clientes foram rendidos por homens armados. Essas ocorrências, certamente, irão comprometer o movimento desses segmentos, por não haver garantia suficiente para os frequentadores.

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Mais uma vez é preciso recorrer ao Estado para resolver o problema. Há um posto policial na região, mas ele é insuficiente para essa demanda. Os serviços de inteligência precisam mapear os possíveis autores, a fim de evitar ações recorrentes que podem desidratar um comércio em expansão.
A cidade tem que insistir na prevenção, por ser a forma mais adequada para impedir o crescimento da insegurança. Fatos como esse ampliam a exclusão às avessas. A população está sendo obrigada, cada vez mais, a ficar em casa ante a ação dos novos donos das ruas.

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