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Temporada de caça ao voto

editorial
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As eleições já aconteceram na Índia e no México, mas ainda restam nos Estados Unidos e no Brasil, o que chama a atenção dos especialistas sobre a possibilidade de a inteligência artificial ser um fator determinante nos resultados, por sua capacidade de criar candidatos fictícios e falsas declarações de apoio.

O universo digital tem sido pródigo em situações semelhantes não só na promoção de candidaturas, mas também na desconstrução dos concorrentes. No entanto, como já foi abordado neste espaço, a IA é um fato irreversível. A preocupação deve se voltar para as suas virtudes, que são muitas, e a meta deve ser tirar o melhor proveito delas, inclusive nas campanhas, sem a necessidade de criar ambientes irreais para iludir o eleitor.

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O Tribunal Superior Eleitoral já se manifestou e garantiu que não haverá clemência para quem usar as ferramentas digitais para além dos limites previstos em lei. Só não disse como. A legislação brasileira é extensa sobre as eleições e caberá à Justiça se preparar para acompanhar as mudanças que no território digital são cada vez mais frequentes.

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A eleição nos Estados Unidos é a que mais desperta preocupação, pois estará em jogo o cargo mais importante do mundo se levarmos em conta o papel dos EUA no concerto mundial. Centro da tecnologia global, não há dúvidas de que a atenção terá que ser redobrada.

No caso brasileiro, as eleições de outubro vão eleger dirigentes municipais e formarão as câmaras de vereadores nos 5.570 municípios, o que pode ser uma experiência para o “jogo eleitoral” de 2026. Embora o pleito municipal tenha uma agenda própria, pelo menos desde 2018 a polarização mudou essa ótica, trazendo consigo novas estratégias de poder.

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O eleitor dever ficar atento, pois, do mais simples ao mais bem informado, todos estão sujeitos às ações das redes sociais. A imagem do Papa e sua jaqueta “fashion” não foi a única mostra do que é possível fazer nesse novo cenário digital. É possível criar imagens e sons replicando personagens. Assim, não basta a Justiça Eleitoral ficar atenta. Todos terão que estabelecer uma dúvida primária sobre o que está sendo dito, avaliar seu conteúdo e, sobretudo, buscar em ambientes seguros a informação real. Há várias agências de checagem, mas os meios de comunicação formal são o caminho adequado por conferirem dados e, sobretudo, terem como propósito estabelecer o contraditório.

Na segunda metade de julho, os partidos estão autorizados a realizar suas convenções. A partir delas, estará oficialmente aberta a temporada de caça aos votos. Os atores já estão em campo, mas ainda não podem pedir o apoio do eleitor. Oficializados pelas convenções, estão aptos a utilizar todos os mecanismos republicanos de caça ao voto. A falsa informação, é certo, não é um deles.

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