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Áreas de risco

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Na edição dessa quinta-feira, a Tribuna joga luzes numa discussão que tem perpassado administrações e destaca que mais de 300 casas estão condenadas em Juiz de Fora, o que, de certa forma, não surpreende, ante as características geológicas da cidade. Cerca de 50 mil vivem em áreas de risco geológico. A repórter Mariana Floriano, sob supervisão da editora Rafaela Carvalho, aponta que Juiz de Fora é o 13º município com mais áreas de risco e o terceiro em Minas, atrás apenas de Ouro Preto e Ipatinga. No total, 8,7% da população da cidade mora em áreas suscetíveis a deslizamentos de terra, erosões, enchentes e inundações.

Tais problemas, é fato, estão sendo atacados pela atual gestão, mas trata-se de um grande desafio, sobretudo diante da desidratação dos repasses federais nos últimos anos. Os mapeamentos feitos por entidades como as faculdades de Engenharia e Arquitetura da Universidade Federal de Juiz de Fora e pela própria Defesa Civil são indicadores de um cenário preocupante, que se acentua no ciclo das águas, mas não se encerra somente no período de chuvas.

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A discussão em torno das habitações é ampla, sobretudo pela mudança de perfil das cidades. Os relatórios produzidos não apenas pela UFJF mas também por outros organismos revelam a ocupação desordenada dessas mesmas áreas de risco, cuja alternativa não é apenas retirar tais ocupantes, pois, se nada for feito, outros irão para os mesmos locais. A despeito de tantos impasses e por força de ações que já foram encetadas também em outros mandatos, Juiz de Fora, mesmo mal situada no ranking de áreas de risco, não tem registrado casos com mortes por deslizamentos.

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A vizinha cidade de Petrópolis, palco de tantas tragédias, continua convivendo com o medo da população e com o discurso dos atores políticos, que há anos conhecem o problema, mas pouco fizeram ou fazem para reduzir os danos. Ao contrário, a ocupação de áreas de risco continua sob a suspeita de incentivo de instâncias políticas em busca de respaldo eleitoral.

Criada para gerenciar as políticas habitacionais de Juiz de Fora, a Empresa Regional de Habitação de Juiz de Fora (Emcasa) passou por uma ampla reestruturação. A agora Companhia Municipal de Habitação e Inclusão Produtiva tem como meta ampliar os programas de habitação e inserir a inclusão produtiva como mais uma frente de atuação da Emcasa, que, de acordo com a reportagem, passaria a ofertar microcrédito para microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas. Trata-se de um avanço, mas, como destacaram o presidente do Conselho Municipal de Habitação, Luiz Fernando Sirimarco, e a professora Letícia Zambrano, diante do tamanho do problema, há muito ainda a ser feito.

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