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Reflexos da guerra

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Num mundo globalizado, qualquer desequilíbrio nas relações tem efeito cascata, especialmente nos mercados. A invasão da Ucrânia pela Rússia, na manhã dessa quinta-feira, pode ter um desfecho inesperado, pois não se sabe ainda qual a sua extensão e até onde o Kremlin quer chegar, mas é certo que a repercussão do embate não vai se esgotar na economia. De acordo com especialistas que participaram do webinar “Como o mundo interfere em nossas eleições?”, promovido pelo Núcleo Democracia do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), haverá impacto substancial na sucessão presidencial.

Os mesmos especialistas, de acordo com o jornal “Valor Econômico”, destacam que os projetos dos presidenciáveis devem acompanhar as preocupações com os impactos da invasão. O apoio do presidente Jair Bolsonaro ao presidente Putin, durante visita a Moscou na semana passada, deverá ser explorado nos palanques, mas é necessário destacar que o ex-ministro das Relações Exteriores do Governo Lula, Celso Amorim, apoiou a viagem. Ontem, tanto ele quanto o ex-presidente ensaiavam um discurso condenando a invasão.

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A globalização exige muita habilidade da diplomacia, diante da conexão dos estados nacionais e das organizações das quais fazem parte. Um dos argumentos do dirigente russo é a ingerência da Otan na tentativa de cooptar a Ucrânia, cuja vizinhança é estratégica para os russos. Os americanos, por sua vez, reagem em nome dos negócios, mas também tentam ganhar assertividade nesse novo mundo no qual estão perdendo a liderança.

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A eleição presidencial no Brasil já está nas ruas, mas só após a virada do semestre é que será possível avaliar a extensão de possíveis danos no debate sucessório. Até lá tudo é possível, inclusive nada, já que os interesses são extremamente altos para um confronto de conotações globais. Atenção não deve ficar restrita ao avanço das tropas russas e à reação dos ucranianos. Os desdobramentos econômicos é que podem ditar os rumos do conflito.

Na falta de uma agenda consistente, os pré-candidatos podem até colocar o conflito nos seus palanques, mas o eleitor, pelo menos neste momento, tem preocupações paroquiais. O próprio mercado apresenta a mesma preocupação, bastando acompanhar as palestras recentes de vários presidenciais instados a mostrar o que pretendem fazer a partir de 2023.

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