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Uma só bandeira

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Independentemente do viés ideológico, milhões de brasileiros inauguram, nesta quinta-feira, uma jornada em que haverá só um palanque, o da Seleção Nacional, que inicia sua participação na Copa do Mundo, às 16h, contra a Sérvia, o mesmo adversário de quatro anos atrás, quando o Brasil venceu por 2 a 0. As cores da bandeira estarão em ombros apartados da política e voltados pelo sentido comum de buscar o hexa.

Espera-se que seja esse mesmo o sentimento que vai alterar a rotina do país pelos próximos dias. Com cinco títulos, o Brasil é um dos principais players da competição que ora se desenvolve no Catar e tem todos os atributos para ir até o último dia de competição.

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Trata-se de uma Copa atípica, a começar pelo calendário. Para fugir das abrasadoras temperaturas do verão do Hemisfério Norte na região, ela começa este mês e se estende até 18 de dezembro, exatamente uma semana antes do Natal. Além disso, é eivada de símbolos. Para os críticos, um escárnio por ser jogada num país em que as liberdades, especialmente das mulheres, são mínimas. Outros direitos, como o de opção sexual, também são severamente punidos, o que levou algumas seleções a esboçarem algum tipo de protesto.

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Para cumprir o ciclo completo, o país carecerá de resultados importantes já nesta etapa inicial. A Copa do Catar, já na primeira rodada do ciclo de classificação, apresentou surpresas, como a vitória da Arábia Saudita sobre a favorita Argentina, e do Japão, que virou o jogo contra os poderosos alemães. Os liderados de Tite certamente acompanharam as partidas e constataram que o futebol não é apenas um jogo de favoritos.

Antigas frases foram tiradas do baú, como “não há mais time bobo”, “futebol é uma caixinha de surpresas” e “quem não faz, leva”, apontando, até mesmo sob o signo da ironia, que há fortes componentes que marcam a maior competição de futebol: as equipes se estudam, estabelecem táticas sob acompanhamento tecnológico e cumprem metas estabelecidas pelas comissões técnicas que dão até aos azarões a possibilidade de uma eventual vitória.

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No entanto, o talento ainda é um dado real, pois é por ele que muitas jogadas são decididas. O dado principal, porém, é o trabalho coletivo. Até mesmo os chamados “gênios” precisam de respaldo dos companheiros ante o novo modo de marcação. Não há novidades nessa mudança, pois ela é própria dos novos tempos, em que o talento continua sendo vital, mas em equipe ele se torna ainda mais evidente.

Ademais, como na ciência, não há o “efeito eureca”. As grandes descobertas não foram por acaso. Foram e são frutos de muito trabalho. No esporte também.

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