O drama das meninas abusadas pelo próprio pai é a face exposta de um problema que, no silêncio de muitos lares, ocorre com frequência sem que haja denúncias. Muitos parentes sabem o que está acontecendo, mas, pelo medo, ou até por conveniência, não denunciam os autores. Por isso, as políticas de proteção às famílias vulneráveis devem ter prioridade em todos os governos, independentemente do viés ideológico.
No caso que a Tribuna vem acompanhando, vários setores se movimentam para garantir a recuperação plena dessas crianças, o que implica, necessariamente, assistência psicológica, pois elas não entendem o que ocorreu. No entanto, se não houver acompanhamento, ficarão marcadas pelo resto de suas vidas.
Destaque-se, também, a ação dos policiais militares que se mobilizaram para garantir proventos iniciais para a família. Pelo que viram ao registrar a ocorrência, a fragilidade é bem mais ampla. E têm razão. Em muitos lares, o abuso começa pela proximidade, isto é, em não havendo espaço, crianças e adultos dormem na mesma cama, muitas vezes tendo como integrantes desse grupo não o pai, e sim o padrasto.
Por conta disso, a ação de conselheiros e entidades assistenciais é fundamental, pois tais crianças são duplamente vítimas: dos pais, ou pessoas próximas abusadoras, e da própria vida de dificuldade, que não lhes permite novas oportu